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Das redes às bases: Fetape fortalece luta sindical com Educomunicação Popular em 2025
A Fetape reafirma seu compromisso com a EduComunicação Popular ao promover o Primeiro Encontro de Atualização da Política de Comunicação, realizado no dia 25 de março, no Centro de Formação Luiz Inácio Lula da Silva, em Garanhuns. Reunindo 50 participantes — entre diretores, diretoras, assessorias, membros do Conselho Fiscal e da Comissão de Ética da Fetape, além de representantes da CUT e dos gabinetes dos deputados Carlos Veras e Doriel Barros —, o evento foi um espaço de troca e construção coletiva. O objetivo? Fortalecer a comunicação como ferramenta estratégica para ampliar o alcance do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Solidário e Sustentável (PADRSS), para ampliar o alcance de sua mensagem para as e os agricultores familiares e toda a sociedade.
“A comunicação só acontece quando atuamos coletivamente. Este encontro foi o primeiro passo. A partir desse alinhamento, realizaremos dez oficinas nos polos da Fetape ao longo do ano, construindo juntas e juntos o caminho para a atualização da Política de Comunicação da federação. Para isso, é fundamental compreender o contexto atual, incorporar formas criativas de comunicação e fortalecer ainda mais nossa narrativa, junto a nossa categoria”, destacou a presidenta da Fetape e agricultora familiar, Cícera Nunes.
Essas ações, uma iniciativa da Presidência da Fetape, têm como objetivo fortalecer a comunicação interna e externa da federação, avaliar e direcionar a Comunicação fetapeana, além de orientar sobre o uso estratégico das redes sociais para a mobilização em defesa dos direitos. Também buscam conscientizar sobre a importância de os movimentos sociais assumirem a luta pela regulamentação das plataformas digitais. A iniciativa será realizada em parceria com os gabinetes dos deputados agricultores familiares e petistas Doriel Barros e Carlos Veras.
O deputado federal Carlos Veras participou por videoconferência e destacou que, "precisamos trabalhar a comunicação em dois pilares: divulgar nossa luta por direitos através do movimento sindical e debater temas urgentes, como a construção de uma sociedade igualitária e mais saudável. No Congresso, travamos uma batalha crucial para regulamentar as plataformas digitais – uma pauta que afeta diretamente nossa capacidade de comunicação e mobilização."
A Política de Comunicação da Fetape, criada em 2016 sob coordenação da então comunicadora da entidade, Ana Célia Floriano, precisa ser revisada para enfrentar novos desafios, como o avanço das redes sociais e da inteligência artificial. "A comunicação é um dever de todo o movimento sindical. Nossa política nasceu desse princípio, e atualizá-la hoje é um passo fundamental," afirmou Ana Célia, atual chefia de gabinete do deputado Doriel Barros.
Durante o encontro, reforçou-se a necessidade de construir uma comunicação alinhada aos valores da Fetape, que potencialize seu alcance e utilize as novas tecnologias de forma ética. A coordenadora de comunicação da Fetape, Shaynna Pidori, trouxe à tona o debate sobre os desafios éticos do uso da inteligência artificial. “Precisamos discutir com nossos sindicatos e bases as mudanças no uso dessas ferramentas. Devemos enxergá-las como ferramentas, com senso crítico: jamais confiar nas elaborações de textos que geram, sempre revisar e compreender que, embora democratizam a escrita, não são neutras. Elas têm donos, interesses econômicos e políticos que não estão alinhados com os nossos princípios”, pontuou Shaynna.
As discussões destacaram como a comunicação sindical se transformou: antes centrada nos jornais impressos, hoje as redes sociais predominam o cenário. “Há 10 anos, construímos nossa política de comunicação de forma coletiva, envolvendo polos e sindicatos. Já enfrentávamos fake news naquela época, mas muita coisa mudou, precisamos nos adaptar”, destacou na abertura política do encontro, o diretor de Finanças da Fetape, Paulo Roberto Rodrigues.
A educadora popular e assessora de Organização Sindical e Formação, Carla Caminha, trouxe para o debate a importância de olhar para a comunicação sob a ótica da Educomunicação Popular. “A comunicação no movimento sindical deve ser mais do que um instrumento de difusão de informações; deve ser um espaço de diálogo, escuta e construção coletiva e de formação, emancipatória e alinhada aos valores da luta sindical, da agroecologia e do PADRSS”, apresentou Carla.
A CUT-PE, preocupada com os rumos da Comunicação Popular, também contribuiu para o debate. “Parabenizo a Fetape por esse espaço de diálogo, tanto interno quanto externo. Precisamos de uma comunicação que fale com o povo e pelo povo, mas também que nos fortaleça internamente, nos qualificando para fazer uma comunicação que vá além do popular – uma comunicação que atenda às expectativas da nossa base e chegue às nossas comunidades. É essencial olhar para outras categorias e construir um debate mais amplo”, destacou a vice-presidenta da CUT-PE, Uedislaine Santana.
Além dos debates sobre inteligência artificial e estratégias para uma comunicação mais eficaz com a classe trabalhadora rural, o encontro também marcou o pré-lançamento da campanha “Vida Livre de Violência: O MSTTR em marcha contra o assédio”, reafirmando o compromisso da Fetape no combate às violências de gênero.
O momento foi simbólico e emocionante: para impulsionar a campanha, toda a militância presente foi convidada a compartilhar, comentar e curtir o carrossel da campanha nas redes sociais. O engajamento foi imediato, e a publicação ultrapassou 5 mil visualizações nas primeiras horas, que se age no coletivo é possível utilizar o algoritmo a favor do MSTTR e obter engajamento orgânico. “Foi um momento de mobilização e incidência virtual, provando que, juntos e juntas, podemos usar as redes a favor da nossa causa”, celebrou a equipe de comunicação.