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Sistema Itaparica e expectativas dos reassentados
O Sistema Itaparica, formado a partir da construção da Usina Hidroelétrica Luiz Gonzaga em Petrolândia, afetou milhares de famílias ao formar o Lago Itaparica, as forçando a abandonarem seus territórios. Essas famílias foram reassentadas em novas terras após muita luta e negociação do movimento sindical.
No município de Orocó, no Sertão Submédio São Francisco, está localizado o Projeto Zé Preá (antigo Projeto Brígida), um dos reassentamentos das famílias afetadas. O projeto foi renomeado em homenagem a uma importante liderança sindical, o já falecido José Soares Novais, que lutou pela reforma agrária na época da construção do Lago Itaparica. A Fetape e a Contag estiveram acompanhando de perto as negociações com o Governo para a liberação de verbas para o reassentamento.
Diretor de Política para a Terceira Idade, Idosos e Idosas Rurais, Adimilson Nunis, foi um dos representantes da Fetape que acompanhou de perto a situação do Sistema Itaparica. No momento, ele afirma que a situação é de caráter urgente.
“Nós da Fetape acompanhamos com muita tranquilidade, mas infelizmente mesmo depois de toda a negociação, aconteceu que a NeoEnergia causou um corte na energia nos perímetros do assentamento pro lado de Pernambuco. Isso está ocasionando um problema sério nos sistemas de irrigação da região.”
Mesmo após mais de 40 anos, essas famílias ainda enfrentam dificuldades para obter os direitos básicos prometidos inicialmente. Atualmente, cerca de 25 mil famílias do Sistema Itaparica dependem de subsídios do Governo Federal para manter seus sistemas de irrigação.
As famílias reassentadas, que vivem ao longo de uma faixa de 150 quilômetros entre Pernambuco e Bahia, reclamam da precarização da assistência prestada pela Codevasf e dos cortes de energia que afetam tanto a produção agrícola quanto o abastecimento de água.
José Dionísio da Silva, coordenador do Polo Sindical Sertão Submédio São Francisco e participante do Projeto Zé Preá, não avalia bem o ano de 2024 para o sistema Itaparica, e afirma não ter boas perspectivas para o ano de 2025.
“O ano de 2024 para Itaparica não foi nada positivo. No início do mês de dezembro, foi enviada pelo Governo uma comissão de Brasília para uma visita de escuta. O prazo que deram para concluir o relatório da visita foi de 60 dias, depois disso vão entregar à Secretaria-Geral da Presidência. Em relação ao ponto crucial, a falta de energia, nada foi feito esse ano. Para 2025, não temos a menor perspectiva do que pode acontecer, essa é a nossa dura realidade.” relatou José Dionísio.
A Fetape está atenta e além de estar fazendo articulações, sempre esteve e está ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras.
Texto: Júlia Nazário