Ir para o conteúdo principal

Notícias

8ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais assume compromisso de levar uma Mulher para a Presidência da Contag

             Cerca de 350 agricultoras familiares e dirigentes sindicais de todo o Brasil participaram da 8ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais (PNMTR) nos dias 14 a 16 de outubro, em Luziânia/GO, no Centro de Treinamento Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria. Com o lema, Fortalecer para não retroceder: juntas somos mais, as líderes rurais aprovaram o texto base, que será entregue às federações e fará parte do documento base do 14º Congresso da Contag (CNTTR),  a carta política das mulheres trabalhadoras rurais e a nota de repúdio contra o assédio e todas as formas de violência. A plenária também assumiu o compromisso de eleger uma mulher para a presidência da confederação.

A Fetape levou no total 18 delegadas, as diretoras da Fetape, secretárias da CUT-PE e membras da Comissão Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais de todos os polos sindicais e uma assessora de Comunicação Fetape. 

         Durante a abertura da 8ª PNMTR, o presidente da Contag, Aristides Santos, afirmou que o movimento sindical está em um momento de aprimoramento de sua atuação, assim como o Brasil está em uma fase de reconstrução da democracia.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves falou das dificuldades que seu ministério enfrenta tanto no cenário nacional como no internacional. A ministra elogiou o lema da plenária, pois chama a atenção para a necessidade das mulheres estarem fortes e unidas para frear o crescimento do conservadorismo na política. “Há muitos países que estão em retrocesso em relação aos direitos das mulheres, como por exemplo a Argentina que nem conseguimos negociar o uso do termo igualdade de gênero”,expôs a ministra Cida.

Para a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag e coordenadora da Marcha das Margaridas, Mazé Morais, o legado de Margarida Alves é a sua grande motivação para continuar na luta pela construção de um País mais justo e menos desigual. “Acredito na força do feminismo plural e popular e que possamos sair dessa plenária mais fortalecidas”, expressou Mazé.

O painel de abertura abordou a conjuntura que acontece a 8ª PNMT, foi coordenado Mazé Morais, e com as painelistas Elisabetta Recine (Consea), Miriam Nobre (MMM) e Socorro Silva (Secadi/MEC).

A educadora popular Socorro Silva, que atualmente atua no Ministério da Educação, reafirmou que a força das mulheres é evidente e que a luta de classe se faz no território. “Precisamos ir além de realizar uma assembleia sindical uma vez ao mês, o trabalho com a base precisa ser constante, só dessa forma, poderemos contrarrestar o avanços da extrema direita”, expôs a professora.

Participando do debate do painel de abertura, a agricultura familiar agroecológica e diretora de Política para Mulheres da Fetape, Adriana do Nascimento compartilhou a experiência da eleição à vereança de uma dirigente do STR de seu município,  Afogados da Ingazeira. “Comprovamos que a campanha de porta em porta debaixo do sol forte, acreditando no nosso poder de convencimento, falando da importância de elegermos representantes da Agricultura Familiar, dá resultado”, compartilhou a líder sindical. 

À tarde do primeiro dia seguiu com o painel temático “Desenvolvimento rural sustentável e solidário na perspectiva da agroecologia: o entrelaçar dos saberes e fazeres das mulheres”. Coordenado pela secretária de Política Agrícola da, Vânia Marques Pinto, e com as painelistas Claudia Schmitt (CPDA/UFRRJ), Letícia Tura (FASE) e Danielle Wagner (UFOPA, Gepad). 

O segundo dia da plenária contou com o painel temático “Mulheres: organização, poder e participação - avanços e desafios”, coordenado pela secretária de Política Sociais da Contag, Edjane Rodrigues, e com as painelistas Carmen Foro (Contag) e Cícera Nunes (Fetape).

A presidenta da Fetape apresentou dados estáticos sobre a participação das mulheres no MSTTR e na política partidária. “Segundo o sistema SisContag, 61% das pessoas sindicalizadas são mulheres, então nós mulheres não podemos temer, nem retroceder porque somos as que mantemos o sistema confederativo, vamos continuar as ações juntas, articulando as nossas bases do sistema Contag, lutando pela construção de um MSTTR justo e igualitário”, afirmou Cícera.

A painelista, Carmem Foro reforçou os dados apresentados por Cícera Nunes e relembrou que entrou na Contag pelo sistema de cotas e saiu da Contag aprovando a paridade de gênero na diretoria. “Está mais do que na hora da Contag ter uma mulher na presidência”, manifestou Carmem.

O terceiro dia da 8ª PNMTR começou com trocas de sementes, foi um momento de sonoridade em que as mulheres puderam trocar afeto e saberes. Em seguida, as líderes do movimento sindical rural socializaram os textos que foram debatidos nos trabalhos de grupo. Os desafios para a agricultura familiar e para o MSTTR na perspectiva das mulheres; o Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS); as estratégias para a ação político-sindical na perspectiva das mulheres e o Plano de lutas 2025-2029 foram os tópicos abordados.

As mulheres também aprovaram a nota de repúdio contra o assédio e todas as formas de violência e carta política das mulheres trabalhadoras rurais que destaca tanto ações emergenciais quanto estruturantes, buscando fortalecer a atuação no movimento sindical. Essas ações são articuladas para influenciar os processos de proposição, construção, reivindicação e negociação de políticas públicas e direitos trabalhistas. A carta sublinha a importância da união e da mobilização dessas mulheres para garantir uma representação efetiva e a conquista de melhores condições de trabalho e de vida. 

Um abraço coletivo que iniciou em torno da Secretária Nacional de Mulheres e dirigentes das federações que já fizeram parte da Comissão Nacional Diretoras da Contag e da Comissão Nacional de Mulheres e expandiu a toda plenária. Abraçadas, as mulheres cantaram a adaptação de Balanceiro, feita por Ketruin Jardela: “Eu posso mudar o mundo e ainda balanço. Balanço só por balançar, balanço para florescer, pra paridade alcançar, balanço pelo bem viver. Botei tudo na sacola e vim pra plenária pra me remexer. Sou Margarida valente, amor, e vim fortalecer pra não retroceder”.

Reportagem e imagens: Shaynna Pidori

Edição reel: Eloá Carneiro

Reel da plenária no Instagram: acesse clicando aqui

Relação de delegadas da 8ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais 

Adriana Carla dos Santos (Brejinho)

Adriana do Nascimento Silva (Afogados da Ingazeira)

Cícera Nunes da Cruz (Serra Talhada)

Diafra Bezerra de Moura (Ibimirim)

Edna Nairan Alves dos Santos (Triunfo)

Francimeire Evangelista Sena (Araripina)

Ivanice Maria da Silva Melo (Bonito)

Josefa Leandro da Silva (Ribeirão)

Josineide Maria Tenório da Silva (Paudalho)

Lialvaneide Romualdo da Silva (Cabrobó)

Maria das Neves da Silva (Carnaubeira da Penha)

Maria do Rozário Souza de França (Dormentes)

Maria Jenusi Marques da Silva (Bom Conselho)

Maria Joselma da Silva (São Caetano)

Shaynna Jacques Pidori (Recife)

Uedislaine de Santana  (Caetés)

Valdilene Cabral da Silva (Ouricuri)

Vaneide Vicente Deolinda da Silva (Passira)

Este website utiliza cookies Saiba mais sobre o termo de privacidade.

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.