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Festa de Itaparica começa na madrugada do Dia Nacional de Luta pelo Fim da Violência no Campo

Na madrugada de hoje, 12 de agosto de 2024, Dia Nacional de Luta pelo Fim da Violência no Campo, cerca de 2.000 agricultoras e agricultores familiares dos perímetros do Sistema Itaparica, localizados em Pernambuco e Bahia, ocuparam o Eixo Leste da Transposição, no município de Floresta/PE, paralisando o sistema de bombeamento e captação de água. Esta ação é um reflexo dos sentimentos de indefinição e das dificuldades enfrentadas ao longo de 40 anos de lutas e resistências.


O objetivo central desta mobilização é convocar os organismos do Estado brasileiro, incluindo o Congresso Nacional, o Governo Federal, e os governadores de Pernambuco e Bahia, para a urgente retomada e instalação da Mesa de Diálogos. A mobilização busca agilizar a aprovação do Projeto de Lei que assegure recursos definitivos para o Sistema Itaparica, além da quitação das faturas de energia em atraso, já que os serviços de energia têm sido mantidos sob risco de corte, por meio de decisões judiciais. A conclusão do Projeto Jusante/BA também é uma das principais reivindicações.

A Comissão de Mobilização do Movimento Popular denominado de Festa de Itaparica convocou todos os reassentados, adquirentes, sindicatos, polo sindical, CUT, Fetape, Contag, distritos, parlamentares, gestores municipais, lideranças religiosas e todos que dependem deste sistema, para se unirem nesta luta. A expectativa é de permanecer no acampamento até que resultados concretos sejam alcançados.

O Sistema Itaparica é um complexo de projetos de irrigação e reassentamento que foi criado na década de 1980 para atender as famílias deslocadas pela construção da Usina Hidrelétrica de Itaparica, localizada no rio São Francisco, na divisa entre os estados de Pernambuco e Bahia. Este sistema foi desenvolvido com o objetivo de reassentar as famílias em áreas irrigadas, prometendo garantir condições para continuar suas atividades agrícolas e de subsistência. Contudo, ao longo dos anos, o sistema enfrentou diversos desafios, como a falta de manutenção adequada, atrasos nos pagamentos de energia, e indefinições políticas e administrativas, impactando a vida e o trabalho das comunidades reassentadas.

Neste 12 de agosto, também Dia Nacional de Luta pelo Fim da Violência no Campo, a ocupação reforça o clamor por justiça social e respostas imediatas dos organismos estaduais e federais frente à luta de um povo que foi desalojado em nome do progresso e do desenvolvimento. Os agricultores e agricultoras do Sistema Itaparica estão preparados para resistir, exigindo definições e soluções que assegurem a dignidade e a sobrevivência das comunidades dependentes desse sistema.

Saiba mais sobre a luta contra a violência no campo CLICANDO AQUI.

Fonte: Neuma Souza

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