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Famílias agricultoras entregam pauta de reivindicações durante ocupação na sede do Incra-PE

Fetape e Comissão Pastoral da Terra (CPT) participaram do ato. Objetivo foi chamar atenção para o avanço da Reforma agrária no estado. Famílias foram ouvidas e recebidas pelo superintendente do órgão, Givaldo Cavalcante
 
“O Incra voltou, a Reforma Agrária voltou” – Este foi o mote na reunião de terça-feira (18), na sede do Incra, no Recife, que contou com a participação de representantes do Incra, de comunidades das áreas de conflito das zonas da Mata Sul, Mata Norte, Agreste e Sertão do estado e suas representações, a exemplo da Fetape, Sindicatos, CPT, Fetaepe e MST.



Cerca de 400 famílias dos municípios de Jaqueira, Maraial, Palmares, Água Preta, Tamandaré, Itambé, Floresta, Barreiros e Moreno estiveram no Incra. Estiveram presentes representações de 17 comunidades e de mais de 1500 famílias.

Após quatro anos de governo Bolsonaro e mais dois anos de governo Temer, sem diálogo com os movimentos sociais, o superintendente do Incra, Givaldo Cavalcante Ferreira, recebeu a pauta das mãos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, para retomar a construção do diálogo com as comunidades e suas lideranças, que expuseram a situação de ameaças de expulsão das terras em que residem e produzem há muitas gerações.



Na pauta, a discussão foi sobre a cobrança pela obtenção de terras para fins de reforma agrária, priorizando os grandes devedores da União, realização das vistorias para aceleração dos processos de reforma agrária, regularização dos territórios quilombolas, constituição de grupo de trabalho para agenda mensal com as representações da comunidade e os movimentos que os acompanham, participação efetiva do Incra na reativação da Ceaca (Comissão Estadual de Acompanhamento dos Conflitos Agrários e PPCAC (Programa de Prevenção de Conflitos Agrários e Coletivos).



As comunidades expuseram a situação em que vivem, contextualizando o histórico familiar de gerações na terra que, em alguns casos, ultrapassa os 100 anos. Trouxeram o aspecto da produção que alimenta suas famílias, a comercialização, contribuindo para alimentar a população em geral. Também relataram a situação de ameaça e violência em que vivem de serem expulsas de suas terras, de manterem sua produção por empresas ligadas, principalmente ao setor sucroalcooleiro e à pecuária.

O agricultor Geovani da Silva, pai do menino Jonatas Santos, de 9 anos, assassinado na sua própria casa no engenho Roncadorzinho, município de Barreiros, Mata Sul de Pernambuco, deixou a todos emocionados e motivados a buscarem alternativas para que outras famílias não passem pela mesma situação.

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