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Audiência na ALEPE discutirá conflitos agrários na mata sul

Audiência solicitará que Assembleia faça intervenção junto ao governo do estado, em defesa de agricultores familiares que têm sofrido ameaças de expulsão da terra

Na próxima quinta-feira (17), às 15h, será realizada uma audiência na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE), para discutir sobre os rumos de centenas de famílias agricultoras da região da mata sul, que sofrem ameaças de expulsão de terras por parte de empresários dos setores sucroalcoleiro, imobiliário e pecuarista. A Audiência foi convocada pela Arquidiocese de Recife e Olinda, que entregará carta ao presidente da ALEPE.

Na última terça-feira (15), lideranças da Fetape, da Comissão Pastoral da Terra NE2, Igreja Católica, Prefeitura Municipal de Jaqueira, participaram de mais uma reunião com agricultores/as familiares dos engenhos Batateiras, Laranjeiras, Barro Branco, Fervedouro, Pau D’Óleo  e Canoinha dos municípios de Maraial, Catende, Jaqueira e Tamandaré, na zona da Mata Sul. Na pauta, os caminhos para resolução dos conflitos de terra nas comunidades.

Participaram da reunião a presidenta da Fetape, Cícera Nunes, a diretora de Política para o Meio Ambiente da Fetape, Rosenice Nalva, a assessoria da Diretoria de Política Agrária da Fetape, o prefeito de Jaqueira, Marivaldo Silva, o coordenador da CPTNE2, Plácido Junior, e os advogados das entidades, Bruno Ribeiro e Lenivaldo.

As entidades e movimentos sindicais e sociais, que representam o Comitê Emergencial do Campo, apresentaram os resultados das articulações que vêm sendo feitas com órgãos do poder Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado de Pernambuco. As organizações apresentaram a proposta feita por empresários ao engenho Fervedouro, de Jaqueira, que ofereceram 150 hectares de uma área total de 450 hectares, da qual são supostos proprietários.

Segundo advogados da CPT e Fetape, o engenho Fervedouro tem sua área total penhorada, em virtude de dívidas milionárias que nunca foram pagas à União e ao Estado de Pernambuco. “São 80 famílias para dividir 150 hectares. Isso dá menos de 2 hectares por família para produzir alimentos e viver da terra”, disse a presidenta da Fetape, Cícera Nunes.

“Como eles podem chegar e entrar na casa da gente? Nós prestamos serviço na Usina e nunca recebemos nada. Eles não são donos do mundo. Deus é o dono do mundo. Eles têm que colaborar com a gente, vamos sentar e conversar”, disse o agricultor José Silva, da comunidade do engenho Fervedouro.

Na comunidade de Batateiras, no município de Maraial, moram 42 famílias. A professora Vanessa é uma das agricultoras que teve o sítio invadido por funcionários do empresário alagoano que tem ameaçado as famílias. “Entraram 17 pessoas no meu sítio com roçadeiras. Já me xingaram e ameaçaram minha família de morte. Durmo todos os dias em casas diferentes. Esses dias ele tem colocado um drone para fotografar e filmar por lá”, contou.

Próximos passos - Durante essa semana, as famílias agricultoras dos engenhos Pau D’Óleo e Fervedouro também serão ouvidas pela Delegacia da região, onde fizeram denúncias há vários meses às violações e ameaças permanentes que estão sofrendo. As denúncias continuam sem atuação isenta e eficaz das autoridades policiais.

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