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Notícias
Fetape promove 1º Conselho Político Virtual
“Nos reinventamos para resistir e lutar “. A frase simboliza o 1º Conselho Político Virtual da Fetape realizado nesta quinta-feira (09), através de plataforma virtual. Essa foi a primeira vez, em 58 anos de história, que a Federação promoveu um Conselho nesse formato em virtude da pandemia. O Conselho reuniu 274 pessoas, entre delegados e delegadas e convidados e convidadas, além da direção e assessorias, para avaliar a atual conjuntura do país, que atravessa uma grave crise sanitária e econômica, e sem apoio do governo federal.
Mesmo com a dificuldade de acesso à internet na zona rural, o Conselho contou com representantes de todos os Sindicatos. Para muitos/as dirigentes sindicais foi um momento de superação, pois estão aprendendo a utilizar as ferramentas digitais, diante do isolamento social. O Conselho também contou com a presença do presidente da Contag, Aristides Santos, do coordenador do Regional Nordeste, Erivan do Carmo, do presidente da CUT/PE, Paulo Rocha, a subsecretária do Programa Consórcio Nordeste, Maria Fernanda, o senador Humberto Costa (PT), o deputado federal Carlos Veras (PT) e o deputado Estadual Doriel Barros (PT).
Com uma fala de esperança e luta para superação do momento de pandemia, a presidenta da Fetape, Cícera Nunes, lembrou as ações de luta realizadas durante o primeiro semestre de 2020. “Sabemos que os casos da doença têm aumentado no interior de Pernambuco, que as prefeituras estão sem recursos, e que agricultores e agricultoras estão sofrendo bastante. Mas diante da pandemia nos reinventamos e criamos um Comitê Emergencial para pensar ações de apoio ao campo e a agricultura familiar, fizemos uma campanha solidária de arrecadação e doação de alimentos. Fizemos ações em parceria com outras organizações e o movimento de mulheres para enfrentar a questão da violência contra a mulher, que tem aumentado com o isolamento social. Também olhamos neste momento para as ações sindicais, pois esse é um ano de eleições”, avaliou a presidenta.
O primeiro momento do Conselho contou com uma análise da conjuntura política, econômica e social do país. O senador Humberto Costa (PT) participou do debate e destacou a crise promovida pelo governo Bolsonaro. “O governo Bolsonaro conseguiu apoio pra fazer reformas da previdência e trabalhista, e toda política de austeridade. Ainda que o congresso tenha estabelecido alguns limites a essa necropolítica. No entanto, sempre ficou muito claro que ele tentar buscar o seu único projeto político evidente que é aplicar um golpe de estado e se tornar ditador do Brasil”, avaliou o senador.
A subsecretária do Programa Consórcio de Governadores do Nordeste, Maria Fernanda, apontou reflexos da pandemia do coronavírus no Brasil, e lembrou como o país virou o epicentro da Covid-19 na América Latina. E como a pandemia tem atingido as comunidades tradicionais, a exemplo dos povos indígenas. Dados da Articulação de Povos Indígenas do Brasil (APIB) apontam que até o mês de junho existiam 1,8 mil indígenas infectados pela Covid-19, e 178 mortes.
“Vivemos a pior crise com o pior governo. Você não tem um processo de coordenação. Você não diz tem luz lá e vamos sair dela. É uma crise econômica, cultural, social. A gente vê decisões tremendas do governo Bolsonaro. Por que dizemos que é um governo voltado para a morte? Ele vetou a obrigatoriedade da oferta de água potável, desinfetante, leitos para comunidades indígenas. Gente, não temos remédio consolidado, a ciência não tem uma vacina”, enfatizou Maria Fernanda.
“O que sustenta Bolsonaro na presidência? Indagou o deputado federal Carlos Veras que caracterizou o atual governo como genocida. “Por que o governo brasileiro tentou jogar população contra prefeitos e governadores, contra OMS, profissionais da saúde. É um governo genocida. Que chamou de gripezinha, se automedica, como se fosse algo simples, mas que já matou mais de 66 mil pessoas”, destacou.
Já o deputado estadual Doriel Barros ressaltou em sua fala a importância das eleições municipais e destacou a responsabilidade do movimento sindical nas eleições partidárias. “Temos que eleger companheiras para enfraquecer a força política de Bolsonaro. É na câmara de vereadores, é sendo prefeito. Temos que olhar esse processo de resistência e agir olhando pras eleições deste ano com olhar e responsabilidade que cabe a cada um de nós. Temos essa tarefa de nos apresentar como pré-candidatos e pré-candidatas”.
Mística – As manifestações culturais também fizeram parte do Conselho. De forma simbólica a máscara que representa a medida protetiva da pandemia foi pintada pelas cores de luta da Fetape, o vermelho de luta, o branco de paz e o verde do campo. A poesia também foi representada na voz da assessora do Polo Sindical do Sertão Central, Lucenir Silva, que trouxe versos destacando os tempos de pandemia e de encontros virtuais que permitem a continuidade da luta.