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Superintendência do INCRA de Petrolina sofre desmonte do governo federal
O governo federal continua a promover o desmonte de órgãos e ações voltadas para a melhoria da vida de populações do campo. Um dos últimos casos ocorreu em meio a pandemia do Coronavírus, quando foi extinta a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em Petrolina-PE, no Sertão do São Francisco, em Pernambuco.
O governo se aproveitou de um momento em que o movimento sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais, agricultores e agricultoras familiares, além de assentados da reforma agrária, estão impossibilitados de ir às ruas realizar protestos, atos e reuniões com aglomerações, em acordo com as determinações de órgãos de saúde do Brasil e no mundo.
De acordo com a Diretoria de Política Agrária da Fetape, algumas entre as 30 superintendências regionais do Incra devem ser extintas. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, tomou a decisão de transformar a superintendência de Petrolina em uma Unidade Avançada, com caráter de órgão descentralizado, transitório e subordinado às superintendências do Recife e do estado da Bahia.
A medida segue o decreto 9.739 de 28 de março de 2019, que trata como “medidas de eficiência organizacional para o aprimoramento da administração pública federal direta, autárquica e funcional, e estabelece normas para concursos públicos e dispõe sobre o Sistema de Organização e Inovação Institucional do Governo Federal – SIORG.
Para o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), esse decreto representa a desestruturação e desmonte de construções frutos de governos populares. “Nós, do MSTTR, repudiamos o fechamento da Superintendência do INCRA em Petrolina. Em meio a um momento tão triste em todo o mundo, com essa epidemia do Coronavírus, tomamos conhecimento do encerramento das atividades da Superintendência. Mesmo diante do sucateamento era nosso canal de acesso a algumas políticas públicas e a possibilidade de assistência a agricultores e agricultoras familiares e assentados e assentadas da reforma agrária dos municípios das regiões do Submédio São Francisco, São Francisco, do Araripe e Sertão Central”, lamenta a diretora de Política Agrária da Fetape, Gilvaneide dos Santos.
Essa unidade do Incra também atendia municípios do estado da Bahia. O decreto interrompe a continuidade de 271 projetos de assentamentos que contemplavam 16.683 famílias assentadas. Sem falar em servidores que prestavam serviços há muitos anos para a unidade, e terão que ser realocados para as unidades do Recife (PE) e de Salvador (BA).
“Essa reestruturação chamamos de desmonte de políticas públicas para a agricultura familiar e a reforma agrária. Essa ação também causa a desestruturação interna do INCRA, com medidas cruéis junto as divisões de Obtenção, Desenvolvimento e Regularização Fundiária. Mesmo em momentos tão adversos vivenciados por todos/as nós, não podemos nos calar, em meio a mais um desmonte desse cruel governo”, conclui a diretora.
Foto: Blog do Waldiney Passos/Reprodução Internet