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Famílias de assentamentos rurais de Pernambuco denunciam conflitos durante Seminário

05/03/2020

Nesta quinta e sexta-feira, dias 05 e 06, acontece o Seminário Nacional de Conflitos no Campo na sede da Contag, em Brasília (DF). O encontro é promovido pela CUT, Solidarity Cebter, UITA e a Contag. A diretoria de Política Agrária da Fetape participa do Seminário, onde estão sendo apresentadas denúncias de violências sofridas por famílias no campo da reforma agrária em Pernambuco.

Na ocasião, foi denunciada a realidade de 74 famílias, cerca de 300 pessoas, incluindo 100 crianças, que são originárias da “massa falida” da Usina Santo André. As famílias do engenho Roncadorzinho e do assentamento Ximenes, ambos localizados no município de Barreiros, na mata sul, passam por inúmeras situações de violência.

De acordo com a agricultora Maria do Carmo da Silva, moradora do engenho Roncadorzinho, as famílias receberam ordem de despejo  e no ano passado tiveram suas fontes de água contaminadas com  veneno, o que foi comprovado por  laudo do  Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP).  

“As famílias estão sendo agredidas com ameaças de despejo por um antigo arrendatário que tem um contrato de arrendamento vencido em 2012, mas a Justiça está dando direito a eles. Em 2019, foi colocado veneno nas fontes de água da comunidade com laudo do Instituto Tecnológico de Pernambuco comprovando. Por isso, não estamos podendo plantar, e as famílias vivem de plantação”, relatou a agricultora.

“A omissão do Estado não pode ser aceita como normal, em tempos de golpes que vem a classe trabalhadora rural, e em especial a reforma agrária. A inércia do governo que não adjudica o engenho Roncadorzinho em prol dos posseiros, considerando todos os passivos fiscais, tributários e trabalhistas. Isso não pode ser visto como um Estado democrático de direitos. Estamos em tempos de desrespeito”, avaliou a diretora de  Política  Agrária da Fetape, Maria Givaneide dos Santos.

Foto: Aglaylson Paixão e Luiz Henrique Parahyba