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MSTTR debate agroecologia como resistência e fortalecimento da agricultura familiar
A agroecologia é participação das mulheres, de jovens e idosos e idosas rurais. É também símbolo de resistência ao pacote de venenos do agronegócio e de enfrentamento aos desmontes do governo federal. Em meio a atual conjuntura do país, o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) promove seu primeiro Seminário Integrado de Agroecologia, no Centro Social Euclides Nascimento, em Carpina-PE. A iniciativa promovida pela Fetape termina nesta quarta-feira (30), com a participação de 80 dirigentes sindicais.
No primeiro dia de evento, lideranças de 10 Polos Sindicais da Federação participaram das discussões, oficinas, místicas e debates realizados com a colaboração de parceiros da Contag, universidade pública federal, de organizações não-governamentais, grupos de mulheres e estudiosos sobre o campo da agroecologia, além de representantes do deputado estadual, Doriel Barros, e do deputado federal, Carlos Veras.
A presidenta da Fetape, Cícera Nunes, destacou a importância de o movimento sindical pautar a agroecologia como prioridade. “Por que se somos nós que estamos à frente da alimentação por que não discutir isso cada vez mais? Neste projeto que estamos construindo, o que a Fetape puder fazer para ficar à frente desta luta, nós vamos fazer. Defender o meio ambiente, a agroecologia, ser contra as queimadas, os óleos dentro do mar, ser contra os agrotóxicos, ser contra isso tudo não é fácil porque o que está neste sistema de governo é dizimar índios, quilombolas. O capital quer passar por cima de tudo”, disse a presidenta.
A diretora de Política para o Meio Ambiente, Rosenice Nalva, destaca que o seminário acontece numa conjuntura de vários crimes ambientais, dentre os quais a contaminação das praias do Nordeste com o derramamento do óleo, a lama que atingiu os municípios mineiros de Brumadinho e Mariana e as queimadas na floresta Amazônica. Diante desse contexto, a diretora aponta a agroecologia como uma Esperança. “A agroecologia sempre esteve presente na vida de agricultores e agricultoras familiares. Na minha família, meus pais nunca usaram veneno. A gente tirava toda a alimentação dos nossos sítios. Então, agroecologia já existia, apenas houve a mudança de palavras. Por isso, a agroecologia é a esperança. Já estava em nós, faltava trabalhar isso melhor”, colocou Nalva.
A agricultura familiar vem resistindo a liberação de agrotóxicos pelo governo federal. A cada dia um novo pacote de venenos é aprovado, liberado e lançado para o consumo, destaca a assessora de Meio Ambiente da Contag, Neide Carvalho. “A Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] reclassificou 1.924 agrotóxicos. Criaram mais um item como ‘Não Classificados’ e classificaram 899 venenos como ‘Improváveis de causar danos agudos’, destacou a assessora.
Os dados do Censo Agropecuário de 2017, anunciados na última sexta-feira (25), mostram que 93% das unidades produtivas em Pernambuco são da agricultura familiar. O professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Jorge Tavares, chama atenção do movimento sindical para esse potencial do Estado e provoca a Federação: “sem sindicato forte não tem agroecologia forte. Agroecologia significa a participação das mulheres, dos jovens. Se isso não estiver nos sindicatos não adianta. O Sistema Confederativo deu um passo em manter as mulheres nas direções. Isso é agroecologia”,
Agroecologia é resistência – Em Pernambuco, de acordo com o coordenador da ONG Caatinga, Giovanni Xenofonte, a sociedade civil organizada vê a agroecologia como uma forma de resistência diante da atual conjuntura. Assim, lutam para pautar o Consórcio de Governadores do Nordeste com a pauta de criação de uma Política Regional de Agroecologia e Produção Orgânica. Estamos também na iminência de criar uma Política Estadual de Produção Orgânica que irá prever recursos e execução. Bebemos na PNAPO [Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica] e na CNAPO [Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica].
Agroecologia é resistência – Em Pernambuco, de acordo com o coordenador da ONG Caatinga, Giovanni Xenofonte, a sociedade civil organizada vê a agroecologia como uma forma de resistência diante da atual conjuntura. Assim, lutam para pautar o Consórcio de Governadores do Nordeste com a pauta de criação de uma Política Regional de Agroecologia e Produção Orgânica. Estamos também na iminência de criar uma Política Estadual de Produção Orgânica que irá prever recursos e execução. Bebemos na PNAPO [Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica] e na CNAPO [Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica].
Experiências – Três oficinas foram realizadas com o público: a experiência do Grupo de Mulheres Flor de Ximenes, o curso técnico em Agroecologia do Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta) e a vivência da Associação dos Produtores Agroecológicos e Moradores das Comunidades do Imbé, Marrecos e Sítios Vizinhos (ASSIM). Na oportunidade foram discutidos temáticas como feminismo e agroecologia, a produção e e comercialização da agricultura familiar e o processo formativo para a juventude. A luz dessas experiências o público apontou aprendizados e propostas e articulações com parceiros na área da educação do campo.