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Oficina no Agreste Meridional reafirma a importância do trabalho de base para enfrentar a conjuntura

Mudança de atitude, despertar para novas práticas e a certeza de que não há outro caminho para o movimento sindical que não seja focar no trabalho de base. Esses foram alguns dos destaques do primeiro dia da Oficina de Base do Agreste Meridional que começou nesta terça-feira (24), no munícipio de Garanhuns. A oficina segue até quinta-feira (26) com o objetivo de construir coletivamente ações que fortaleçam a ação e a prática sindical e o sistema confederativo diante do difícil cenário para a classe trabalhadora. 


No primeiro momento os representantes dos 34 sindicatos do Polo debateram como a conjuntura tem afetado a vida do agricultor e da agricultora, do sindicato e da sociedade brasileira. Os dirigentes apontaram que os sindicatos têm sofrido uma forte criminalização e que o corte nas políticas públicas nas áreas de educação e comercialização da produção têm impactado muito a vida no campo.

Olhando para a agricultura familiar na região, a diretora de Organização e Formação Sindical, Jenusi Marques, destacou que há uma forte presença de comunidades indígenas e quilombolas e que o território é conhecido pela forte bacia leiteira e pela cultura do feijão. Ela também destacou a atuação das redes ligadas às sementes crioulas e a produção do feijão. “Somos também uma região que recebeu muitas políticas públicas nos governos de Lula e Dilma e que mais construiu habitação rural e cisternas. E tudo isso a gente acessou enquanto sindicato”, relatou Jenusi.

No âmbito estadual, o vice-presidente da Fetape, Adelson Freitas, destacou o diálogo dos movimentos do campo com o Governo do Estado na perspectiva de criar um programa de valorização da agricultura familiar. “A Fetape tem provocando outras entidades do campo para construir um programa estadual voltado especificamente para a agricultura familiar. E isso é horizonte que a gente precisa valorizar diante de uma conjuntura de cortes de políticas pelo governo federal”.

No que diz respeito a vida sindical, ele destacou a importância da parceria com o INSS digital para que os sindicatos continuem orientado os seus sócios e sócias no processo de aposentadoria. “Eles disseram que o sindicato ia acabar. Mas nós mudamos o jogo e hoje estamos operando quase como uma agência da previdência através do INSS digital”, disse.

O presidente da Contag, Aristides Santos, alertou que muitos trabalhadores e trabalhadoras desconhecem os reais impactos da conjuntura e apontou a necessidade do sindicato fazer formação política. “Só uma base forte, consciente e organizada será capaz de superar os desafios da conjuntura”, disse. Ele também apontou as eleições de 2020 como uma oportunidade de fazer o enfrentamento ao atual governo, a partir da eleição de candidatos orgânicos do movimento sindical rural.

Na quarta-feira (25) será apresentado o resultado da pesquisa socioeconômica feita com os sindicatos do Polo que vão servir de subsidio para construção das estratégias de superação a partir das potencialidades e desafios que estão sendo trazidos pelo grupo no decorrer da oficina.

Esta é a segunda Oficina de Base realizada em Pernambuco. A primeira ocorreu em Caruaru, de 17 a 19 de setembro. A próxima ocorrerá em Ouricuri, de 08 a 10 de outubro, com os sindicatos Sertão do São Francisco e Araripe.

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