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Enfoc conclui formação política de 1º Curso de mulheres em Pernambuco
Lideranças e dirigentes mulheres que atuam no Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) de Pernambuco participarão de 15 a 19 de julho, do terceiro e último módulo do 1º Curso Estadual da Enfoc em Pernambuco de Formação Política de Mulheres. Lute como Margarida! A turma prestará homenagem a primeira mulher a presidir a Fetape, e por isso terá o nome de Turma Cícera Nunes da Cruz. A Transformatura acontecerá na noite de quinta-feira (18), quando 80 mulheres participarão de homenagens e festa de encerramento do curso no Centro Social de Carpina.
O processo preparatório culminará com a participação das mulheres na 6ª Marcha das Margaridas, dias 13 e 14 de agosto, em Brasília. Neste encerramento a programação terá debates para aprofundar as temáticas sobre o patriarcado, o machismo, gênero, comunicação e a organização política das mulheres, além de oficinas sobre ferramentas de animação e divulgação que serão multiplicadas nas bases e também na Marcha.
Diafra Bezerra de Moura é uma das 80 mulheres a participar do curso. Como vice-presidenta do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Ibimirim, no Polo do Sertão do Submédio São Francisco, ela conta que a formação significa reafirmar compromissos de trocar ideias e compartilhar conhecimentos para multiplicação nas bases de atuação, e assim fortalecer o MSTTR.
“Essa escola de formação (ENFOC) me proporcionou e proporciona a cada dia uma maior qualificação, fortalecimento e empoderamento, bem como facilitou muito a minha compreensão do meu espaço enquanto mulher, e de entender que o mesmo espaço ocupado pelos homens também pode ser ocupado por mulheres. Hoje me sinto mais capaz de estar cada vez mais encorajando as outras companheiras trabalhadoras rurais a estarem ocupando também os seus espaços, bem como fazer com que as mesmas entendam que podemos fazer a diferença na sociedade”, disse Diafra.
Eleições e disputa partidária - O tema da participação feminina nas eleições, e dos homens serem maioria nas direções dos partidos políticos será assunto deste módulo. De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PT e PSOL são os partidos com a maior participação de mulheres em suas direções nacionais, sendo 13 e 8, respectivamente. Para debater sobre o assunto haverá mesa de debates sobre a importância da participação política, dificuldade e desafios para as mulheres com a presença da deputada estadual Teresa Leitão, da deputada Jô Cavalcanti (Juntas) e das vereadoras Neném do Sindicato e Ivete de Surubim.
Outro assunto será a luta feminista e as correntes do movimento, que será trazido pela facilitadora e pesquisadora do Instituto Feminista para a Democracia SOS Corpo, Verônica Ferreira.
“Chegando próximo de concluir este processo de formação, tenho a certeza que foi uma estratégia essencial para ajudar a gente a refletir sobre o momento político que vivenciamos no Brasil, e atravessar essa escuridão saindo dela mais fortalecidas”, avalia a diretora de Organização e Formação Sindical, Maria Jenusi Marques. Ainda de acordo com a diretora, o processo formativo teve o papel fundamental de levar a cada comunidade do estado de Pernambuco, a Marcha das Margaridas.
Para isso, foi importante o envolvimento de cada mulher que participou das três etapas de formação. Foram elas as responsáveis por reproduzir na base a vivência dos cursos. “E, mesmo tendo a reforma da Previdência aprovada chegaremos à Brasília reafirmando que seremos resistência, e que a nossa luta vai continuar”, conclui otimista.
O curso também terá uma roda de diálogo com a participação de representantes da Mídia Ninja e do Brasil de Fato, que abordará o papel da comunicação na disputa de narrativas. A ideia é fazer com que as mulheres discutam sobre os instrumentos de comunicação alternativa e seu papel diante da disputa ideológica vivida pela sociedade brasileira.
“Diante de todos os desafios vividos, estou muito otimista e com a certeza de que não estou sozinha, somos milhares de Margaridas nesse Estado e no Brasil que vão marchar sem medo e com o mesmo objetivo. Estaremos denunciando, resistindo e mostrando para esse desgoverno a força que tem as mulheres trabalhadoras rurais. Seguiremos em Marcha até que todas sejamos livres”, afirmou Diafra.