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Audiência pública aborda importância do BNB para desenvolvimento regional

A importância do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para o desenvolvimento regional foi ressaltada, nesta terça (25), durante audiência pública da Comissão de Agricultura. Como parte da Campanha Nacional em Defesa dos Bancos Públicos, a atividade foi convocada para discutir propostas de privatização ou esvaziamento da instituição. Entre outros encaminhamentos, decidiu-se pela realização de três outros encontros – no Sertão, no Agreste e na Zona da Mata –, para debater o tema e arrecadar apoios.\

Criado há 66 anos, o BNB tem por finalidade o desenvolvimento sustentável do Nordeste, por meio do apoio financeiro aos agentes produtivos locais, e contribuir para a redução das desigualdades regionais. É o maior banco de desenvolvimento regional da América Latina e, embora possua capital aberto, tem a União como acionista majoritária – portanto, é controlado pelo Governo Federal. O banco atende a dois mil municípios, sendo também o maior financiador de crédito rural do País.

A pauta da reunião na Alepe já havia sido tratada em audiências públicas no Ceará e na Bahia, em abril. Além dos debates no Interior, um grupo de trabalho formado hoje buscará envolver nas discussões a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), a União dos Vereadores de Pernambuco (UVP), o Governo do Estado e o Consórcio Nordeste, além de deputados federais e senadores.
 
A discussão foi requisitada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco. A presidente da entidade, Suzineide Rodrigues, afirmou que toda a sociedade precisa se apropriar do tema, uma vez que se trata da defesa do patrimônio público. “O banco está dando lucro e cumprindo seu papel social. Portanto, não se trata de proteger apenas empregos e funcionários, mas da importância que a instituição tem para os produtores e o desenvolvimento. Estamos discutindo o modelo de Estado que queremos”, assinalou.

Conforme exposto na reunião, em 2018, o BNB teve lucro líquido de R$ 725,5 milhões e foi responsável por 63% das operações de microcrédito no País, registrando um saldo de ativos de R$ 3,3 bilhões. A entidade possui linhas de microcrédito rural (Agroamigo) e urbano (Crediamigo). E, entre os quatro milhões de clientes ativos, estão micro, pequenas, médias e grandes empresas, entidades governamentais e não governamentais, agricultores familiares, empreendedores e grandes produtores.

Representando a Superintendência do BNB em Pernambuco, Josué Lucena Lira enfatizou que, em 2018, o banco alcançou 300 mil clientes no Estado. “Embora respondamos por 8% das agências bancárias daqui, participamos de 70% de todos negócios da agricultura familiar. É uma pequena instituição que faz um trabalho muito forte com todos os parceiros que tem conseguido agregar”, pontuou.
 
A presidente da Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste, Rita Josina Feitosa relatou as iniciativas recentes que, segundo ela, poderiam comprometer as atividades. Entre elas, a proposta de que o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), administrado pela instituição, seja unificado com outros mecanismos, tenha parte flexibilizada por meio da Desvinculação de Receitas da União (DRU) ou possa ser emprestada aos Estados. 


Para Rita, é preciso manter o modelo dos fundos constitucionais da forma como operam hoje. “O FNE foi uma conquista resultante de uma grande mobilização. É preciso que BNB e Fundo sejam vistos de forma conjugada”, observou Rita.

Ao abordar a perspectiva dos agricultores familiares, a presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Fetape), Cícera Nunes, destacou a importância do banco no acesso a crédito, terra e alimentação de qualidade. Coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, Tomaz de Aquino alertou que, além da privatização, estuda-se a incorporação ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o esvaziamento com a retirada de recursos.

Presidente da Comissão de Agricultura, o deputado Doriel Barros (PT) afirmou que a expectativa é ampliar o debate contra a privatização dos bancos públicos, em especial do BNB, em outras regiões do Estado. “As informações passadas hoje nos dão conta de que 70% dos financiamentos voltados para a agricultura familiar são feitos pelo Banco do Nordeste. Há no radar do Governo Federal a possibilidade de privatizá-lo. Vamos articular todos os que possam nos ajudar na defesa dos bancos públicos, que induzem o desenvolvimento da região”, assinalou.
 
O deputado Fabrizio Ferraz (PHS), que também integrará o grupo de trabalho, falou da experiência dele como produtor rural e do apoio que recebeu da instituição. “Quem se alimentou hoje deve agradecer aos trabalhadores rurais, à agricultura familiar e ao Banco do Nordeste”, disse.

Com informações e foto do site da ALEPE

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