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Antônio Marques: uma voz contra as injustiças no campo

A despedida do grande líder sindical Antônio Marques ontem (17), na sede do STR de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, foi marcada por relatos emocionantes de familiares, amigos, lideranças e autoridades locais. O dirigente faleceu no último domingo (16), aos 82 anos, deixando um legado de muitos aprendizados para o MSTTR.

Antônio seguiu os passos do pai e do irmão que foram fundadores do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Afogados da Ingazeira, no ano de 1962. E foi na década de 1970 que ele se destacou na luta durante as secas que assolaram o Nordeste, ao lado de dom Francisco Austregésilo.

“Naquela época tínhamos muitos saques em virtude da estiagem e nenhuma política social. E Seu Antônio ajudou na luta pela água e outras pautas como os direitos das mulheres”, ressaltou João Alves Lima, presidente do STR de Afogados da Ingazeira.

Também ajudou a construir a política agrícola do movimento sindical em Pernambuco, como destacou o vice-presidente da Fetape, Adelson Freitas. “Muitas pautas são realidade hoje por conta da teimosia de Seu Marques. A bandeira da agricultura familiar, a política agrícola tem a marca de Seu Antônio. Somos gratos ao povo do Pajeú que emprestou ele para essa luta em todo o país”.

Homem bastante religioso, Seu Antônio uniu a fé com a luta por justiça social. “Seu Antônio colocou em prática o ensinamento da Igreja ser o caminho, a verdade e a justiça”, ressaltou a presidenta da Fetape, Cícera Nunes. “Na nossa luta ficam as boas práticas desse grande líder”.

O prefeito de Afogados, José Patriota, também marcou presença e relatou a importância de Seu Antônio, com quem conviveu por 46 anos, na sua formação e de outras lideranças. “Foi aqui que aprendi tudo. Aqui nessa sede aprendi a fazer uma pauta, a preparar uma reunião. Aqui eu tive oportunidade e Seu Antônio foi essa pessoa que me acolheu. Ele ajudou a desenvolver a cidade, trouxe muitos projetos”, disse.

O presidente da Contag, Aristides Santos, não pode estar presente, mas mandou uma carta que destacou o papel de Seu Antônio na luta por dignidade para o homem e a mulher do campo. As palavras finais foram proferidas pelo filho Carlinhos que disse: “Em pleno regime militar ele despertou e se tornou uma liderança a partir da Igreja. Uma voz contra a injustiça”.

 

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