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Paridade e participação dos deputados orgânicos são destaques do Conselho

O primeiro Conselho Deliberativo da Fetape de 2019, realizado nos dias 23 e 24 de abril, em Carpina-PE, é um marco na história do movimento sindical. Pela primeira vez, após 56 anos de existência da Federação, o Conselho teve a representação de dois parlamentares eleitos pelo movimento, o deputado estadual (PT) Doriel Barros e o deputado federal (PT) Carlos Veras.

Na mesa de abertura também estiveram presentes toda direção da Fetape, que pela primeira vez é paritária e tem como presidente uma mulher, a sertaneja Cícera Nunes, além do presidente da Contag, Aristides Veras, e parceiros. O Conselho reuniu mais de 400 pessoas, sendo metade homens e metade mulheres. Desse total, 20% eram jovens.

“Foi um Conselho muito rico e bem representativo. A paridade e a cota de juventude foram encaminhamentos do nosso último Congresso realizado em dezembro de 2018. E é fundamental garantirmos essas deliberações porque elas fazem parte de um processo de construção democrática do movimento sindical rural”, avaliou a presidenta da Fetape, Cícera Nunes.

O Conselho debateu uma série de temas como a Reforma da Previdência e a Medida Provisória 871, que contou com a participação da secretária de Políticas Sociais da Contag, Edjane Rodrigues, e outros assuntos como organização sindical e a 6º Marcha das Margaridas. Na ocasião, também foi feita a recomposição do Conselho de Ética para o período de 2019/2021. Os novos membros titulares do Conselho são: Sebastião José da Silva (Sertão), Amanda do Nascimento Silva (Agreste), Hildenize dos Anjos da Silva (Agreste) e Luiz Damião Barbosa (Mata).

Conjuntura - “Os 100 dias do governo Bolsonaro” foi o mote da análise de conjuntura que contou com a exposição da técnica do Dieese, Adriana Marcolino. Entre os principais aspectos que marcam o atual governo, ela citou a política econômica de baixo crescimento e a inexistência de propostas para melhorar a economia, com a continuidade de alta taxa de desemprego e nenhuma política de ampliação de crédito. “Para reduzir a taxa de desemprego, que hoje chega a 11%, o país precisa crescer em torno de 3% a 5%, mas a expectativa de crescimento até 2021 é de 2% a 2,5%”, pontuou.

Adriana também falou da Reforma da Previdência e destacou três objetivos que estão por trás dessa reforma: excluir ou retardar o acesso à aposentadoria e demais direitos previdenciários, reduzir o valor dos benefícios e transferir progressivamente parte ou todo o fundo público para o sistema financeiro privado através da capitalização. “O governo tem feito um uso abusivo de mecanismos antidemocráticos para fazer as reformas. São mecanismos com processo de discussão menor, de pouco diálogo com a população”, concluiu.

O deputado estadual Doriel Barros disse que mesmo com essa conjuntura adversa é importante não perder a Esperança e atuar de forma coletiva. “Nenhum sindicato vai conseguir derrubar a reforma [da previdência] sozinho. Só vamos conseguir se tivermos agindo coletivamente, disse. E complementou: “Não podemos perder a esperança. Tenho certeza de que juntos vamos vencer esse momento”.

Ele também pontuou as principais iniciativas do seu mandato, entre eles, a construção de um relatório pela Comissão Parlamentar Especial da Reforma da Previdência da Assembleia Legislativa, no qual ele é o presidente, contendo o posicionamento de Pernambuco sobre o tema. O documento será entregue à sociedade, deputados federais e senadores.

Frente em Defesa do Semiárido –No âmbito federal existem também importantes iniciativas como a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Convivência com o Semiárido, presidida pelo deputado federal Carlos Veras. O lançamento da Frente, que ocorreu no dia 24 de abril, na Câmara dos Deputados, em Brasília-DF, foi anunciado durante o Conselho pela presidenta Cícera Nunes. Uma mensagem em vídeo do deputado federal e do coordenador da ASA-PE, Alexandre Pires, foi exibida diretamente de Brasília para os participantes do Conselho. “Vamos trabalhar para trazer o Semiárido de volta ao orçamento público. Esse Congresso tem que discutir e conhecer o que é o Semiárido”, disse Veras.


Foto: Idelbrando Gutemberg

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