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Fetape planeja ações para 2019-2022 e reafirma compromisso com a luta da agricultura familiar

19/02/2019

De 12 a 15 de fevereiro, a Fetape realizou seu Planejamento Estratégico para a gestão de 2019-2022, na sede da Federação em Carpina-PE. Foi um momento de debates com foco na atual conjuntura política do país e com um olhar voltado para a unidade ética e política. Animados com a luta do Movimento Sindical, pensando na continuidade de um projeto social voltado para a permanência de direitos de trabalhadoras e trabalhadores rurais, agricultoras e agricultores familiares de Pernambuco.

Diretores/as, assessores/as das diretorias e dos Polos, líderes sindicais e demais integrantes da Fetape participaram de quatro dias de atividades. Entre os pontos prioritários destaca-se o fortalecimento do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS) com um olhar para o novo contexto. Outra prioridade é o fortalecimento da sustentabilidade financeira e do trabalho na base com o conjunto de sindicatos filiados à Fetape. A não aprovação da Medida Provisória 871/2019, que altera os benefícios concedidos de aposentadoria rural, também foi pauta para análise e discussão de estratégias de enfrentamento.

O Planejamento foi pensado tendo como base norteadora a história política do Movimento Sindical e a partir dos Anais do 10º Congresso Estadual dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco (CETTR-PE), de 2018. “A Fetape é prioridade de gerações. Para um governo que exclui mulheres, índios, negros, é um desafio grande pra nós. Precisamos estar juntos, os sindicatos que representamos é de mulheres e homens. Precisamos estar juntos para distorcer ideias de quem não nos representa. Aqui, estão as pessoas que vão fortalecer a gestão, a formação, a política”, afirmou a presidenta Cícera Nunes.

A metodologia provocou o grupo a pensar em como transformar suas práticas, buscando superar as que necessitam de mudanças, bem como planejar ações de forma integrada, envolvendo as várias diretorias. Para o representante do Polo da Mata Norte, Luís Damião Barbosa, o planejamento é uma forma estratégica que implica na responsabilidade com um trabalho que será desenvolvido durante 4 anos. “É o nosso guia para 4 anos. Não fazíamos planejamento no STR [Sindicato de Trabalhadores Rurais] de Lagoa de Itaenga. Agora vamos fazer o nosso dia 21. Temos uma noção para conduzir o processo, explicou.

O encontro também foi marcado pela realização de místicas. Uma dessas foi o asteamento da bandeira da Fetape, onde todos/as deixaram seus nomes escritos no pano como símbolo de compromisso com as lutas do campo. A luta das mulheres também foi representada. Uma encenação falou do enfrentamento a violência contra a mulher e da superação a partir do engajamento de homens e mulheres.

“É muito grandioso esse momento, e exige de nós, porque o cenário pra frente é muito obscuro. Tudo que a gente construiu será importante para reverter situações como a relação com o governo e a perda de direitos. A tarefa é estabelecer um diálogo com sindicatos nessa perspectiva de implementar o POA [Plano Operacional Anual] respeitando especificidades dos municípios e animando nosso povo”, disse a assessora no Polo do Pajeú, Kátia Patriota.

A perspectiva é que as ações planejadas para este ano possam ser monitoradas e avaliadas no segundo semestre. Para Jaelson José dos Santos, membro da Comissão de Ética da Fetape e representante do STR de Jupi, do Polo Agreste Meridional, esse é um momento rico para o movimento sindical, pois o planejamento saiu do tradicional e ‘mergulhou’ na conjuntura atual do país. “A Fetape fez com que os próprios dirigentes sintam a necessidade de mudança, olhem para os municípios, pra sua base. A satisfação de sair daqui com muita clareza que a gente tem que enfrentar essa conjuntura. E para isso, precisamos mobilizar a base para não perder os direitos já garantidos pela classe trabalhadora”, concluiu.