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Fetape mobiliza entidades e movimentos de mulheres para planejar a participação de PE na Marcha das Margaridas 2019


Mulheres rurais e urbanas do movimento social e sindical e do governo de Pernambuco se reuniram nesta quinta (07), na sede da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape), no Recife-PE, para dialogar sobre estratégias de mobilização e captação de recursos para a 6ª Marcha das Margaridas, que acontecerá nos dias 13 e 14 de agosto, em Brasília (DF). A expectativa é de reunir cerca de 100 mil mulheres do campo, da floresta e das águas de todo o país. Pernambuco pretende mobilizar 3 mil mulheres.


O lema desta edição da Marcha é Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência. Diante do cenário de retrocessos de direitos, de ameaça à democracia e do avanço de um projeto de governo neoliberal, as mulheres marcharão em defesa de um projeto popular, agroecológico e feminista para denunciar as condições de vida no campo, as desigualdades econômicas e sociais, a exclusão das mulheres das políticas públicas, o racismo e a homofobia. A Marcha é uma expressão de resistência e enfrentamento ao avanço da agenda antidemocrática, conservadora e privatista que vem sendo divulgada pelo atual governo do país.


A reunião foi um momento de debater e construir ações estratégicas para a participação das mulheres de Pernambuco na Marcha. Entre as parceiras presentes estavam à Casa da Mulher do Nordeste, Diaconia, Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Pernambuco (FETAEPE), Fórum de Mulheres de Pernambuco, Frente Brasil Popular, Coletivo Mulher da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR), Marcha Mundial de Mulheres, SindSep, Sintep e Secretaria Estadual da Mulher.


“A Marcha chega às comunidades através dos sindicatos e organizações. Então, quem faz e realiza somos nós. Por isso, precisamos nos somar porque a pancada quando vem chega primeiro na gente”, afirmou a presidenta da Fetape, Cícera Nunes. Ela também colocou a importância de debater o tema da reforma da previdência com as mulheres, durante o processo de mobilização da Marcha, pois se a reforma for aprovada impactará diretamente na vida das mulheres.


No primeiro momento da reunião, a diretora de Mulheres da Fetape, Adriana do Nascimento, apresentou os dez eixos políticos norteadores da luta feminina, entre eles, a luta pela terra, água e agroecologia; pela autodeterminação dos povos, com soberania alimentar e energética; por autonomia econômica, trabalho e renda e pela liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade. Segundo a diretora, o período que antecede a Marcha será preparatório e contará com mobilizações estaduais no 8 de Março – Dia Internacional da Mulher, reuniões em assentamentos, formação, marchas locais, plenárias, encontros e lançamentos da Marcha das Margaridas em todo o país.


Além de cursos formativos, debates, encontros regionais das Margaridas, construção da plataforma política das Margaridas e produção de materiais de divulgação como cartazes, cadernos de textos e folderes. As ações acontecem nas comunidades, municípios e estados, até chegar à Brasília.


Durante a reunião, as mulheres se dividiram em grupos para planejar a mobilização para a Marcha. A militante Joana Santos, integrante do Fórum de Mulheres de Pernambuco, destacou a importância de fortalecer e intensificar o caráter de denúncia, mas sobretudo de fortalecimento contra o desmonte dos direitos, principalmente com as mulheres rurais. “Com essa conjuntura de descaso com a vida de nós mulheres, nós temos que nos unir cada vez mais. Então, é reunir diversos movimentos de mulheres, urbanas e rurais, para fortalecer a Marcha das Margaridas, para estar lá em agosto, mas antes de chegar a Brasília, nos prepararar com os debates nos grupos de base, em cada lugar que estejamos, no 8 de março, e sobretudo nas pautas do Fórum de Mulheres e da AMB [Articulação de Mulheres Brasileiras]”, pontuou.


A Marcha tem como inspiração a trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves, que foi assassinada por latifundiários, na Paraíba, quando lutava por direitos trabalhistas.


Reunião Fetape e SecMulher – Como parte das articulações, a presidenta da Fetape, Cícera Nunes, e a diretora de Política para Mulheres, Adriana do Nascimento, se reuniram com a secretária Estadual da Mulher, Silvia Cordeiro, a executiva, Ana Callou, e o secretário estadual de Desenvolvimento Agrário, Dilson Peixoto, na última quarta (6), para dialogar sobre o apoio que o Governo de Pernambuco dará à participação das mulheres rurais e urbanas na sexta Marcha das Margaridas. A expectativa da Federação é de levar 3 mil mulheres trabalhadoras rurais à capital federal.


Na ocasião, também surgiu o convite da Fetape apresentar a Marcha na reunião do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres, no dia 19 de fevereiro, como forma de fortalecer essa grande mobilização num espaço de formulação e proposição de diretrizes das ações governamentais voltadas à promoção dos direitos das mulheres.

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