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Congresso Delegados e Delegadas Sindicais da Zona da Mata reforça direitos de trabalhadores e trabalhadoras assalariados/as rurais

Neste sábado (18), teve início o 25º Congresso dos Delegados e Delegadas Sindicais da Zona da Mata, realizado pela Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados/as Rurais de Pernambuco (FETAEPE), em Carpina. A atividade marca a abertura oficial da 39ª Campanha Salarial dos Canavieiros e Canavieiras de Pernambuco 2018, com o lema:“Fortalecer a Organização Sindical, Resistir e Ampliar Direitos”.

O encontro teve início com uma mística, onde os/as trabalhadores/as denunciaram os cortes de direitos e as ameaças que estão vivenciando como a reforma trabalhista e o aumento do desemprego no país. Mas também reforçando a luta do Movimento Sindical Rural diante desse cenário. Participam do encontro dirigentes sindicais e trabalhadores e trabalhadoras do corte da cana-de-açúcar de toda a Zona da Mata de Pernambuco, além de diretores e assessores da FETAEPE e da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (FETAPE).

Na mesa de abertura e saudação, marcaram presença representantes de diversas organizações. “É importante a gente lembrar dos avanços que conquistamos nesses 39 anos de campanha salarial. Saímos vencedores em 2017, quando, na 38ª campanha, nós conseguimos barrar a implementação da reforma trabalhista. Por isso, reforço a importância de resgatarmos a luta do Movimento Sindical Rural. Que nesses dois dias aqui reunidos, possamos construir uma nova pauta de reivindicações e que será referendada com todos os presentes”, disse Gilvan José Antunis, presidente da FETAEPE, em sua fala de abertura do congresso.

A secretária-geral da FETAEPE, Cristiana Andrade, também saudou os presentes e reforçou o momento. “Vivemos um ano difícil, mas continuamos em luta na defesa dos nossos direitos”, disse. Para o presidente em exercício da FETAPE, Paulo Roberto Santos, é necessário, nesses dois dias de congresso, refletir sobre a conjuntura e as ameaças que atingem a classe trabalhadora, como a reforma da previdência. “Sabemos que uma negociação tem dois lados, mas estaremos do lado que sempre estivemos, que é o lado da garantia do salário justo, pela garantia da contratação de mulheres e defendendo melhores condições de trabalho para canavieiros e canavieiras”, disse.

Ainda na manhã do dia, o congresso realizou uma análise da conjuntura brasileira. A supervisora regional do DIEESE, Jaqueline Natal, abordou o momento econômico do país e do setor sucroalcooleiro em 2018. Ela trouxe uma análise aprofundada sobre o setor, para contribuir com as negociações. “Diante de todo o desmonte que temos sofrido, nossa trincheira de resistência tem sido o movimento sindical”, pontuou. O advogado Bruno Ribeiro fez um comparativo com o golpe militar em 1964 e com o momento atual, pós golpe de 2016. Para ele, a retirada de direitos da classe trabalhadora foi o motivador desses dois momentos vividos pelo país. “É importante vermos como são momentos parecidos, a história é a mesma. As elites se organizam para barrar as conquistas de trabalhadores e trabalhadoras. A reforma trabalhista disfarçou e embutiu uma intervenção sindical, para fragilizar a organização”, explicou.

A tarde, os/as participantes dividiram-se em grupos na construção da pauta de reivindicações da 39ª Campanha Salarial dos Canavieiros e das Canavieiras 2018. A discussão nos grupos também refletiu sobre a conjuntura brasileira e a importância da construção do projeto político do Movimento Sindical Rural. Amanhã (19), os grupos apresentarão os resultados dos trabalhos e será apresentada a sugestão de pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano, que será apresentada, no dia 16 de setembro, durante assembleias nos municípios.

Fotos: Ildebrando Gutemberg

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