Ir para o conteúdo principal

Notícias

ÁGUA: o acesso é direito de todos

 

Nesta quinta-feira, 22 e março, é comemorado o Dia Mundial da Água, oportunidade de visibilizar as questões ligadas a água em todo o mundo. A data comemorativa foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992. Aproveitando a ocasião, ao longo desta semana, organizações de todo o mundo estão discutindo uso, cuidado e preservação das águas. Entre as atividades realizadas no Brasil está o  Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA), que se encerra hoje, em Brasília (DF). 

O FAMA acontece paralelamente ao 8º Fórum Mundial da Água, evento que reúne grandes corporações de todo o mundo e que debate a temática a partir da privatização de rios e nascentes e a mercantilização das reservas estratégicas, visando o lucro. Por isso, movimentos e organizações da sociedade civil estão organizadas no FAMA, reforçando que a água é um direito de todas as pessoas e não deve ser privatizada. 

“Lutar pelo direito à água é lutar pela continuidade da vida. Água é um direito e não mercadoria. E  é com base nesse princípio que o Movimento Sindical tem que fortalecer as iniciativas de luta pela garantia do direito universal de acesso à água,. É por isso também que estamos participando do FAMA, com três representantes da Fetape”, explica Antonio Francisco da Silva, Ferrinho, diretor de Política do Meio Ambiente da FETAPE. 

Ferrinho destaca também a importância de valorização das iniciativas locais de captação e armazenamento da água.  “Precisamos, como Movimento Sindical, participar dos espaços locais que discutem a gestão da água, a exemplo dos comitês de bacias e comitês gestores de açudes e barragens, defendendo o acesso à água para o consumo e para a produção”, exemplifica.  A FETAPE também integra a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), que tem como elemento aglutinador de sua ação a defesa da proposta de convivência com o Semiárido pela defesa do direito à água.  

No Brasil, o Movimento Sindical Rural e outras organizações e movimentos sociais já debatem a importância de se discutir os riscos do uso das águas pelas empresas, principalmente pelo agronegócio. Dados da ONU, de 2015, indicam que quase 70% da água disponível em todo o mundo é usada em irrigação. Em nosso país não é diferente. O modelo de produção do agronegócio, que concentra terras em grandes latifúndios no cultivo de monoculturas,  necessita de uma grande volume de água para se manter. Esse mesmo modelo também contamina as águas, por conta do intenso uso de agrotóxicos nas lavouras, o que acaba prejudicando produtores familiares. 

“A água não é apenas um complemento, ela é o todo para a produção e sobrevivência da agricultura familiar. Por isso, ela tem que ser bem cuidada. Uma água que não é bem tratada traz grandes prejuízos à nossa gente. No agronegócio, o que temos presenciado é a intensificação do uso dos agrotóxicos. Mas não é isso que queremos para a agricultura familiar”, alerta Adimilson Nunis, diretor de Política Agrícola da FETAPE. 

Para ele, é grande a responsabilidade dos governos na preservação das águas. No entanto, nem sempre, os gestores assumem esse papel. “O governo valoriza a estratégia de uso dos agrotóxicos do agronegócio. Isso é muito ruim para a nossa agricultura familiar, porque esses produtos acabam contaminando os rios e riachos e poluindo a água, que chega para a nossa gentes”, pontua Adimilson.

 

 

Este website utiliza cookies Saiba mais sobre o termo de privacidade.

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.