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Assalariados e assalariadas rurais da Zona da Mata de Pernambuco conquistam salário de R$ 944,00

Canavieiros e canavieiras de Pernambuco conquistaram, na noite de ontem (13/10), depois de seis rodadas de negociação com a classe patronal, no Recife, um aumento salarial de 9,39% sobre o salário da data-base (passando a R$ 944,00). Já o piso de garantia fica em R$16,00, acima do valor do salário mínimo de 1º /01/2017, e a cesta básica em R$ 40,00.

“Os resultados da 37ª Campanha Salarial foram muito positivos. Conseguimos avançar em muitas cláusulas sociais e econômicas importantes para o trabalhador e, especialmente, assegurar os direitos conquistados em Convenções anteriores. Isso foi muito valioso, pois sabemos que o cenário é propício para setor, já que houve aumento na produção de açúcar e etanol”, avalia o presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Pernambuco (Fetaepe) e diretor e Política Salarial da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape), Gilvan José Antunis.

Para ele, o fato de as duas Federações (Fetape e Fetaepe) estarem juntas nesta campanha, com a força e animação dos Sindicatos e o apoio dos parceiros foram elementos fundamentais para as conquistas obtidas. O diretor também lembra itens que foram inseridos na Convenção e que são motivos de comemoração: “Exemplos disso foram a inserção da aplicação de herbicidas com bomba costal, na Tabela de Tarefas; as definições de que os trabalhadores terão acesso aos resultados dos exames que são feitos por médicos contratados pelas usinas, o que antes não acontecia; que as empresas arcarão com as despesas de deslocamento do trabalhador para fazer exames; assim como irão liberar as horas para a realização dos mesmos”. Tudo isso sem contar o aumento no percentual de contratação de mulheres, que passou de 10% para 20%.

O presidente da Fetape, Doriel Barros, afirma que a organização e a preparação dos dirigentes sindicais foram essenciais para garantir uma boa negociação. “Conhecendo bem a conjuntura do nosso país e do nosso estado; entendendo o momento vivenciado pela região; e conscientes das necessidades dos homens e mulheres que trabalham no corte da cana, os dirigentes Sindicais trouxeram para a mesa um debate qualificado e contextualizado, não abrindo a possibilidade para retrocessos. Por isso, tivemos mais uma campanha vitoriosa”.


As negociações deste ano contaram com algumas inovações, promovidas pelas instituições representantes dos trabalhadores e trabalhadoras, objetivando qualificar a argumentação na defesa dos itens da pauta. Nesse sentido, foram apresentadas imagens, captadas por meio dos celulares dos dirigentes sindicais, nos locais de trabalho; e compra de uma cesta básica, durante a reunião, com apresentação dos produtos e da nota fiscal, mostrando que o valor pago até o momento, pelo patronato, não estava atendendo às necessidades dos trabalhadores/as, havendo, portanto, a necessidade de um reajuste que correspondesse à realidade. 

Outra inovação foi o aproveitamento de um dos intervalos da negociação com a classe patronal, para um momento de esclarecimentos aos dirigentes sindicais sobre o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Após uma exposição realizada pela equipe da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), os/as participantes puderam fazer perguntas, a partir da realidade identificada na base. As informações serão repassadas aos trabalhadores e trabalhadoras de cada município.

Ao final dos trabalhos, houve, ainda, um comprometimento da SRTE em resgatar a Comissão Permanente Regional Rural (CPRR), para realizar estudos referentes à saúde e segurança dos assalariados e assalariadas rurais, nos locais de trabalho. A obrigatoriedade do fornecimento do protetor solar, por exemplo, está entre as pautas levadas a essa Comissão.

Trabalho conjunto - Dirigentes dos Sindicatos das Matas Norte e Sul, da Fetape, da Fetaepe e da Confederação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Assalariados Rurais (Contar), representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) participaram de todo o processo de negociação, que contou com a importante mediação da SRTE no diálogo com os representantes do patronato. As centrais sindicais (CUT e CTB) também marcaram presença.

Processo - A proposta da pauta de reivindicações da 37ª Campanha Salarial foi construída durante o 23º Congresso dos Delegados e Delegadas Sindicais da Zona da Mata e do 1º Encontro dos Assalariados e Assalariadas Rurais da FETAEPE, nos dias 20 e 21 de agosto, em Carpina, por cerca de 300 trabalhadores/as rurais e dirigente sindicais. Em seguida, ela foi aprovada por Assembleias nos municípios da região.


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