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Formação fortalece protagonismo da juventude rural

 

“O chão dá se a gente plantar, se a gente não planta o chão não dá!” Entoando essa frase, marcada pela batida forte dos pés, como um toré, 60 jovens da Zona da Mata Sul e do Sertão do Pajeú deram início à aula inaugural do Curso de Formação Agroecológica e Cidadã, na manhã desta segunda-feira (26),  no Centro Social Euclides Nascimento,em Carpina. Criado a partir de uma parceria entre a Diretoria de Política para a Juventude da Fetape, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Pastoral da Juventude Rural (PJR) e Centro Agroecológico Sabiá, a ação segue até a próxima quarta-feira(28).
 
No primeiro dia, que contou a presença da Diretoria de Política da Terceira Idade da Fetape, foram realizados momentos de integração e uma análise de conjuntura, no período da tarde. Nos outros dois dias, os/as participantes irão conhecer os conteúdos para o curso, inclusive, discutindo como serão feitas as abordagens.
 
Envolvimento local, a partir da formação;  Informática como instrumento político de formação, mobilização e sistematização; pesquisa como instrumento formativo;  e Escola como articuladora de saberes e processos educativos são os eixos que serão trabalhados no curso.
 

“Nesses três dias que marcam a aula inaugural do curso, precisamos estar unidos e unidas para que possamos sair daqui ainda mais fortalecidos, como jovens multiplicadores dessa ideia de um campo com vida, porque quando a gente fala em agroecologia não é simplesmente o produto ter qualidade. Queremos que essa qualidade seja uma afirmação de vida”, defende a diretora de Política para a Juventude da Fetape, Adriana Nascimento.
 
O objetivo do curso é fomentar políticas de formação agroecológica e cidadã para os/as jovens camponeses, contribuindo, entre outras coisas, para a inclusão social e produtiva; a melhoria da renda; e o acesso às políticas públicas,afirmando, assim, o campo como espaço de vida, cultura e dignidade.
 
Para o professor da UFRPE, Jorge Tavares, o elemento principal dessa ação é a confiança na juventude. “A partir de agora, eles passam a ter uma responsabilidade muito maior. Eles vão trabalhar nas comunidades, se organizando nas bases, por meio de grupos de jovens trabalhadores da agricultura familiar, numa perspectiva de formação, numa perspectiva de construção. Nosso desejo é ter um grande grupo de jovens envolvido num processo de transformação”, conclui.
 
O 1º Módulo será realizado entre 21 e 25 de novembro deste ano, em local a ser confirmado, com carga horária mínima exigida de 360 horas, incluindo 180 horas no Tempo-Escola e 180 horas do Tempo-Comunidade, ou seja, o curso será por alternância, considerando a vivência do jovem na sua base e comunidade. 


Os módulos serão realizados sempre nos espaços do movimento (Centros da FETAPE, PJR e Sabiá) e cada aluno/a receberá uma bolsa mensal no valor de cerca de R$ 200,00 (sendo definido). Em sua totalidade, o curso terá duração de um ano e meio. Os participantes receberão certificados como Técnicos/as em Agroecologia.
 
Com base na metodologia de Paulo Freire, o Curso de Formação Agroecológica e Cidadã terá como temas transversais: Agroecologia e Campesinato, Projeto Produtivo, Inclusão Digital e Comunicação, e Cultura e Lazer no Campo.
 
Presente na aula-inaugural, a jovem Euzilene Rodrigues de Souza, que é vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de São José do Egito, localizado no Sertão do Pajeú,  explica o que a motivou a aprofundar seus conhecimentos sobre agroecologia:  “Quero focar nessa questão para poder discutir e multiplicar as técnicas na minha região, que sofre nos períodos de seca”, adianta.
 
A dirigente acrescenta que já existem algumas experiências agroecológicas na sua região, inclusive que o Sindicato acompanha uma associação agroecológica, formada por produtores/as de frutas e hortaliças de São José do Egito, Tuparetama, Carnaíba e Afogados da Ingazeira, que comercializam nas feiras livres.
 
O agricultor Daniel Sebastião de Almeida é morador do Assentamento Canoa Rachada, localizado no município de Água Preta, na Zona da Mata Sul. Ele, que cultiva bananas e comercializa nas feiras livres, conta que, além dos conteúdos que irá acessar no curso, espera que haja bastante troca de experiências, que possam enriquecer o seu trabalho, dinamizando as alternativas de manejo do solo, além de ampliar as chances de mais jovens permanecerem no campo.
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