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FETAPE realiza intercâmbio entre agricultores (as) familiares

Em tempos de incertezas, principalmente após as mudanças ocorridas no campo político (com o afastamento da presidenta Dilma Roussef e os diversos cortes sociais do governo interino de Temer), a agricultura familiar sofre um duro golpe com a extinção dos principais ministérios (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Ministério de Desenvolvimento Social), que transferiam muitos recursos e benefícios para essa área. Foi a partir do crescimento e da melhoria no campo, nos últimos 15 anos, que muitos agricultores e agricultoras familiares conseguiram desenvolver suas áreas produtivas e iniciar um novo ciclo em suas vidas. Experiências que merecem ser intercambiadas e que vêm sendo valorizadas pela Fetape e pela Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA).

Até conseguir se fixar em sua atual pequena propriedade, com cerca de 12 hectares no Sítio Mundo Novo, município de Caetés, Agreste Pernambucano, o agricultor familiar Simão Salgado da Silva passou por várias experiências profissionais longe da sua região. Após deixar uma pequena propriedade no município vizinho de capoeiras, seu Simão foi obrigado a buscar sobrevivência trabalhando como vaqueiro, no Maranhão, passando por São Paulo onde trabalhou por três anos. Toda essa caminhada, devido à escassez de água na região, castigada por períodos longos de estiagem e por falta de atenção de governantes que não olhavam para o semiárido brasileiro com a atenção que essa região merece.

Anos depois, vivendo com muita dificuldade no Sudeste do país, seu Simão volta à sua região natal. O agricultor, em 2006,  começa a integrar a Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Nossa Senhora das Dores, na comunidade Ponto Alegre em Caetés. Começava ali a nova vida do seu Simão e de sua família.

Nessa mesma época, inicia-se a mobilização para a implantação do Programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC), com reservartórios de 16 mil litros. A família do seu Simão, que buscava água barrenta em barreiros de vizinhos, agora tinha mais condições de conviver com a seca. Foi a partir dessa primeira cisterna que seu Simão e sua esposa, dona Edite Maria, começaram a desenvolver a pequena propriedade com uma agricultura sustentável, aumentando o estoque de água com a construção de outra cisterna, em parceria com a associação comunitária da qual participava e dando um caráter mais progressista a pequena propriedade.

Em 2009, a família do seu Simão recebeu outro benefício: uma barragem subterrânea, financiada com recursos do Programa 1 Terra e 2 Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), e que armazenaria água suficiente para cinco meses de estiagem. Além desses benefícios, o Programa também possibilitou a criação de animais e aves, assim como o desenvolvimento de hortas, pomares e a busca de parcerias para novas tecnologias como biodigestores para a produção de gás, proporcionando uma energia limpa e sustentável.



Foi com o intuito de conhecer mais essa experiência que cerca de trinta trabalhadores e trabalhadoras rurais da comunidade rural Pau Ferro, no município Agrestino de Jupi, que também foi contemplado com o P1+2, foram visitar o Sítio Mundo Novo do seu Simão e, assim, tiveram contato com todo esse trabalho promovido pela família agricultora, já que, agora, eles podem seguir o mesmo caminho de desenvolvimento sustentável.

Essas melhorias na vida da família do seu Simão servem como exemplo de que, com investimento do Estado e parcerias com entidades como a FETAPE e articulações como a ASA, o semiárido brasileiro é capaz de se desenvolver e promover o crescimento regional.



Por: Clóvis Manfrini 

 

 

  
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