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A agricultora familiar Josineide Maria Tenório da Silva, 38 anos, é diretora de Finanças e Política Salarial do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Paudalho, localizado na Zona da Mata Norte pernambucana e, desde 2007,  atua no Movimento Sindical Rural. Porém, só em 2015, ela assumiu o cargo na Diretoria Executiva. A dirigente faz parte do percentual de 50% de mulheres que não estão apenas associadas aos Sindicatos, mas que também integram suas Diretorias.

Nos próximos dias 1 e 2 de agosto, Josineide vai se unir a dezenas de companheiras, durante o Encontro Regional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Zona da Mata, no Centro Social Euclides Nascimento, em Carpina,  que tem por objetivo fortalecer a atuação e o protagonismo das mulheres, nas diversas esferas do Movimento Sindical Rural,  retomando a trajetória histórica de luta por direitos, na região, com os olhos no futuro.

Para a agricultora, que também representa a Mata Norte na Comissão Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais, é um privilégio participar desse Encontro e saber que, há três décadas, já existia a luta das mulheres do campo e que, hoje, ela usufrui das conquistas que foram frutos dessa caminhada.

“São 30 anos de luta das mulheres na Zona da Mata, e essa luta não parou. Via de regra, 30% dos cargos são destinados às mulheres nos Sindicatos. Agora, a luta é pela paridade, que hoje já é uma realidade no Sindicato de Paudalho. Queremos lutar pela democracia, em todas as instâncias. Queremos ampliar direitos”, conta a dirigente.

Durante a ação, as participantes irão refletir sobre as conquistas e os desafios das mulheres do campo nesses 30 anos, em diálogo com as influências do Movimento Feminista em suas histórias de militância, destacando suas atuais pautas de reivindicações.

O Encontro também servirá como estratégia para a incentivar a criação ou reestruturação de comissões municipais de mulheres e dos Polos Sindicais, estimulando a realização de encontros locais  e reafirmando a importância da organização das mulheres no Movimento Sindical e a sua maior participação na política.

Outra questão estratégica, que será aprofundada no debate, é a paridade de gênero e a sua implementação em todas as instâncias deliberativas do Movimento Sindical Rural de Pernambuco.

"Queremos estimular as mulheres trabalhadoras rurais a perceberem a importância da sua luta e da sua organização na trajetória do Movimento Sindical. Nós temos uma expectativa de participação muito boa, tanto da Mata Norte, quanto da Mata Sul”, destaca a diretora de Política para as Mulheres da Fetape, Maria Jenusi Marques.

Quanto a discussão sobre a questão da paridade, que significa participação igual de homens e mulheres, em todas as instâncias políticas, e com o mesmo peso, Jenusi deseja que este Encontro desperte, cada vez mais, o desejo das mulheres de ocuparem, de fato, espaços políticos, espaços estratégicos para a continuidade da  luta. “Queremos que elas se organizem em comissões municipais, comissões de Polo Sindical, no desejo de fortalecer a nossa luta“, conclui.

Esse Encontro também será realizado nas regiões Sertão, ainda em agosto, e no Agreste, no mês de setembro. A ideia é qualificar as mulheres para as Plenárias Estadual e Nacional das Mulheres Trabalhadoras Rurais, a serem realizadas nos meses de outubro e novembro de 2016, respectivamente, bem como para o 7º Encontro Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais, previsto para 2017.