Ir para o conteúdo principal

Notícias

Mulheres trabalhadoras rurais do Nordeste participam de Plenária coordenada pela Contag, em Pernambuco



A Secretaria de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag realiza, entre os dias 6 e 9 de julho, a Plenária Regional de Mulheres Trabalhadoras Rurais - Nordeste, no Centro Social Euclides Nascimento, em Carpina, no estado de Pernambuco. A ação pretende fazer um balanço político sobre a participação das mulheres no Movimento Sindical Rural ao longo desses 53 anos, bem como fortalecer a organização das trabalhadoras rurais, qualificando sua intervenção nos espaços de deliberação.
 
Logo no início da atividade, que conta com 60 dirigentes sindicais, uma análise de conjuntura buscou refletir, de maneira crítica, sobre o momento político, econômico e social do País, e do mundo, identificando os desafios para as mulheres, especialmente, as do Movimento Sindical dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (MSTTR).
 
A região Norte será a próxima e a última do país  a receber a  Plenária. Dentre os temas debatidos na atividade, a questão da paridade, que trata da igual participação entre homens e mulheres dentro do MSTTR, ganha destaque.
 
“Propositadamente, as Plenárias Regionais foram pensadas para que nós possamos, de maneira efetiva, implementar a paridade dentro do Movimento Sindical Rural. Para tanto, queremos construir um debate qualificado. Não podemos olhar para essa questão da paridade, sem olhar a trajetória de mais de 50 anos do Movimento Sindical. Então, queremos reviver essa memória, e nos fortalecer no debate”, diz a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag, Alessandra Lunas.
 
Alessandra lembra que a ideia é a de que haja plenárias estaduais específicas de mulheres, mais a plenária nacional, em novembro deste ano, ocasião em que serão escolhidas as delegadas que irão participar do 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais, previsto para março de 2017, em Brasília.  “Queremos que as mulheres cheguem na Plenária Nacional podendo eleger as companheiras que irão participar do Congresso da Contag com muita igualdade e condições para os debates, dentro deles, a questão da paridade. Então, daqui para lá, muita conversa vai rolar nos estados”, conclui.
 
Na opinião da diretora de Política para as Mulheres da Fetape, Maria Jenusi Marques, receber a Plenária Regional é bastante significativo, por Pernambuco ter uma importância nessa trajetória de luta das mulheres. “Aqui é o  berço da organização das trabalhadoras rurais, o que serviu de inspiração para outras regiões do País. Nós tivemos várias mulheres que são referência quando falamos de luta, a exemplo de Vanete Almeida e de Dona Lia, e tantas outras que contribuíram e influenciaram bastante, e que ainda nos inspiram”, conta.
 
As Secretarias Geral, de Trabalhadores/as da Terceira Idade, de Jovens Trabalhadores/as Rurais da Contag têm acompanhado o debate nas regiões do país, a exemplo da reflexão sobre a contribuição das mulheres para a sustentabilidade político-financeira do MSTTR.
 
Para a representante da Coordenação Regional Nordeste e Diretora de Política para a Juventude da Fetape, Adriana Nascimento, essa atual conjuntura serve para fortalecer ainda mais a luta das mulheres trabalhadoras rurais na região. “Foram mais de 30 anos para que as mulheres conquistassem avanços, tanto na sociedade, quanto dentro do Movimento Sindical Rural. Tudo isso é um reflexo da nossa organização, enquanto trabalhadoras rurais, e de outros movimentos feministas que contribuíram com essa luta” analisa.
 
A secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Ceará (Fetraece), Rosângela Ferreira Moura, entende que já é um marco na trajetória de organização das mulheres trabalhadoras rurais a realização dessas Plenárias, que antecedem os Congressos da Contag. “Estamos aqui para fazer um balanço de todas as lutas, dos marcos históricos dessa nossa caminhada. Queremos avaliar o momento atual e o que iremos fazer daqui para a frente. Queremos sair com o sentimento de união, e mais fortalecidas”, afirma.

Entenda a paridade
 
A proposta da paridade de gênero foi aprovada no 11º Congresso Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais, realizado em Brasília, em 2013 e considera que, na composição da Direção da Contag, compreendendo a Direção Efetiva, a Diretoria Executiva, o Conselho Fiscal e as respectivas suplências, seja composta por 50% de homens e 50% de mulheres, a partir da gestão 2017-2021, a ser eleita no 12º Congresso, previsto para março do ano que vem.
 
Até a realização do 12º CNTTR, o Movimento Sindical Rural deverá assumir o compromisso de aprofundar, internamente, o debate sobre a adoção da paridade em todas as instituições e instâncias (Sindicatos dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais, Federações dos Trabalhadores na Agricultura e Contag). Até lá, todas as entidades que compõem o Sistema do MSTTR serão obrigadas a cumprir a conta de, no mínimo, 30% de mulheres trabalhadoras rurais em suas direções, conselhos fiscais e de 50% nos eventos de formação.      
 
Este website utiliza cookies Saiba mais sobre o termo de privacidade.

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.