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Plenária Nacional da Terceira Idade: experiências que alimentam a caminhada
Inspirar a caminhada do Movimento Sindical dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (MSTTR), num momento em que a conjuntura do País cobra da sociedade uma postura de enfrentamento, de mobilização permanente. Essa pode ser uma das maiores contribuições da 2ª Plenária Nacional da Terceira Idade e dos Idosos/as Rurais: valorizar a experiência e os saberes desse público, que teceu histórias de muitas lutas e conquistas. A atividade, que está acontecendo em Luziânia (GO), desde a tarde de ontem (13), sob a coordenação da Contag, conta com a presença de mil participantes, entre os quais homens e mulheres do campo pernambucano.
“Fizemos parte da construção desse caminho e percebemos que os temas que serão trabalhados nestes quatro dias de atividades são do nosso interesse, especialmente por causa do cenário que temos em nosso País. Estou feliz com presença forte de Pernambuco, por causa do empenho da Direção e assessoria da Federação e dos Sindicatos. Todas as pessoas que convidamos estão aqui, inclusive os jovens, e isso é muito importante, pois a sucessão rural se dá a partir desse diálogo”, analisa o diretor de Política da Terceira Idade da Fetape, Israel Crispim.
O membro da Academia Sindical Fetape, representante da Mata Norte, Severino Domingos de Lima, conhecido como Beija-flor, afirma que a decisão da Contag e das Federações de realizar essa Plenária no momento em que os direitos adquiridos, em relação a aposentadoria, estão ameaçados foi muito estratégica. “Aqui podemos fazer uma discussão mais ampla, para fortalecermos ainda mais a categoria dos trabalhadores rurais, que sempre foi isolada e desprezada pelos governantes. Isso também ajudará as pessoas que ainda não se aposentaram a se organizarem melhor nos Sindicatos contra essas mudanças propostas para a Previdência. E nós, que já somos aposentados, também precisamos ir para a rua, porque o Governo Federal está de olho em tudo o que a gente tem”.
Animada por participar do evento, a agricultora familiar e dirigente sindical Rita Amorim, do Sertão do Pajeú, destaca que esse tipo de atividade é muito importante para aprimorar os conhecimentos e fortalecer o trabalho de base. “Eu quero sair daqui mais forte para animar minha comunidade e o meu Sindicato para um trabalho com os idosos. O conhecimento que terei aqui, me ajudará muito”.
No primeiro dia, a Plenária contou com uma Mística, uma Abertura Política e uma Conferência intitulada “Tecendo histórias e valorizando saberes: o protagonismo e a participação política das pessoas da terceira idade e idosas na vida e no MSTTR”.
Hoje, no período da manhã, ocorrerão Oficinas sobre temas como Sexualidade, Saúde, Relações de Gênero, Plantas Medicinais, Metodologias Participativas, entre outros. À tarde, será a vez dos Diálogos Temáticos, que abordarão questões como o Estatuto do Idoso, Direito e Políticas Públicas, Previdência Social e Violência Contra a Pessoa Idosa.
Nos próximos dias, a Plenária debaterá os desafios e perspectivas para a atuação político-sindical das pessoas da terceira idade e idosos no MSTTR e analisará as diretrizes da Política da Pessoa Idosa do Movimento Sindical dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais.
APOIO DA DIREÇÃO DA FETAPE
A delegação de Pernambuco está contando também com a presença da diretora de Finanças e Administração da Fetape, Cicera Nunes, e da Juventude, Adriana do Nascimento Silva. Para elas, esse é um importante momento de apoiar a caminhada da Terceira Idade, mostrando a importância desse público para a vida do Movimento Sindical.
“Nós defendemos que fazer o debate da sucessão rural não significa a juventude falar para si mesma, mas sim envolver os outros participantes desse processo. Então, a gente tem, aqui, pessoas que podem testemunhar o que era o campo, há 30, 50 anos, e o que é o campo hoje. Por isso, é bom nossa juventude estar nesse espaço, para que possamos perceber qual o papel do jovem nessa caminhada e o porquê de estarmos debatendo sucessão rural” afirma Adriana.
Para Cícera Nunes, valorizar os idosos e idosas é fundamental, pois eles têm várias experiências que nos ajudam a olhar o passado, mas também pensar o presente e o futuro. “Essa troca de experiências nos permite pensar novas políticas para o campo, para que as pessoas possam viver de forma mais digna”, analisa