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Diante das ameaças aos direitos sociais conquistados ao longo dessas últimas décadas, com o golpe em curso organizado pela oposição e a grande mídia, para afastar Dilma Rousseff da presidência, os movimentos sociais e sindical do campo começam a implementar algumas estratégias de organização e mobilização social.

 

A primeira delas, já após a decisão do Senado em afastar a presidente, ocorreu na manhã desta quinta-feira (12), com a criação do primeiro Comitê Popular pela Democracia, lançado na sede do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (STTR) de São Caetano, localizado no Polo Sindical do Agreste Central, que tem o propósito de estabelecer uma mobilização permanente nas bases.

 

Durante a reunião, que contou com dirigentes do STTR e representantes das Associações de Agricultores Familiares, da Articulação Semiárido (Asa Pernambuco), do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, além do secretário de Agricultura local, houve debates sobre a atual conjuntura política, que envolve ameaças às conquistas voltadas para a população do campo nos últimos anos.

 

Também foi feita uma leitura contextualizada das principais questões do documento "Ponte para o Futuro", publicado pelo PMDB, no qual há questões que prejudicam diretamente as famílias agricultoras, como o ajuste na previdência social, que pretende prolongar o prazo para a aposentadoria rural, que é um benefício especial, que prevê a idade máxima de 55 anos para as mulheres e homens 60 para os homens.

 

Na opinião do presidente do STTR de São Caetano, José de Brito Filho, quanto mais houver mobilização para fortalecer a união de forças, melhor. “Agora, é partir para lutar por nossos direitos, pelos direitos dos trabalhadores. Esse é o papel do Sindicato e a criação do Comitê vem para somar forças nessa luta”, adianta.

 

“A Ater Agroecologia foi muito importante para a minha associação. Conseguimos avançar 20 anos em 2, contando com a parceria do Centro Sabiá. Agora, estamos com tudo isso ameaçado. Vamos fazer a diferença de dentro para fora. Estou disposto a lutar por este projeto e vou construir com o Comitê da forma que for necessária", declara o residente da Associação de Brejo de Lagoa, Argemiro Miranda.

 

O Comitê Popular pela Democracia é um encaminhamento da Frente Brasil Popular, formada por movimentos sociais e sindicais, da qual a Fetape faz parte. A próxima reunião está prevista para o mês de junho. Até lá, haverá um processo de mobilização para garantir mais pessoas da cidade e do campo, assim como a presença de pastorais e outros movimentos do município.