Manifestantes ligadas a 30 Movimentos Sociais e Sindicais e da Sociedade Civil, dentre eles a Fetape, saíram do Parque 13 de Maio em direção à Praça do Derby, no centro do Recife, na tarde desta terça-feira (8), em um Ato Unificado pela Vida das Mulheres, para cobrar políticas públicas que assegurem mais saúde, educação, contra o agronegócio e pelo fim da violência contra a mulher, para marcar as comemorações no Dia Internacional da Mulher.
Representantes do Movimento Sindical Rural (Fetape e dos Polos Sindicais), que participaram do Ato "Pela Vida das Mulheres", no Recife, falam da importância de continuarem marchando.
“Mesmo depois de décadas de lutas, mesmo as mulheres tendo avançado, ocupado espaços importantes de decisões políticas, é visível esse protagonismo, percebemos a necessidade de continuarmos marchando como uma forma de combater os vários tipos de violência sofrida pelas mulheres. Também vamos às ruas para que mais políticas públicas, propostas nas várias pautas da Marcha das Margaridas, possam ser implementadas.” Maria Jenusi Marques, diretora de Política para as Mulheres - Fetape.
“É muito importante estar em espaços como este (a mobilização do 08 de Março) porque é um ato público no qual a gente pode exigir os nossos direitos, mostrar as nossas conquistas e o nosso trabalhos. Precisamos divulgar o que queremos, porque, se não for assim, não teremos nenhum resultado.” Maria Eliane, Polo Sindical do Pajeú.
“Enquanto houver uma única mulher no campo sofrendo humilhação, por parte tanto das próprias famílias como do poder público, estaremos em movimento, reivindicando os nossos direitos a uma vida digna, plena, com saúde, com qualidade, com lazer; com acesso à habitação e aos direitos previdenciários. Continuaremos em marcha até que todas as mulheres sejam livres.” Maria Pereira Dantas Silva, Polo Sertão Central.
“Continuaremos em marcha, para que nós, agricultoras, possamos produzir com qualidade. Reivindicamos assistência técnica de qualidade. No campo, lutamos, cada vez mais, por acesso à terra, à moradia, por todas as políticas públicas, para nos fortalecer. Estamos aqui, hoje, para dizer que estamos vivas e vamos continuar na luta, até que sejamos livres!” Rosalice da Silva Viana, Polo Sindical do Vale do São Francisco.
“É importante mostrar a nossa cara e as dificuldades que enfrentamos lá no campo, na zona rural, a exemplo da demora para se realizar um exame preventivo. A pessoa faz um exame e, quando vem receber, já se passaram 3, 4 meses. Se for diagnosticada com uma doença grave, já era. A mulher rural passa por mais desafios, porque ela tem medo de falar. Às vezes, os próprios maridos obrigam as mulheres a fazerem coisas que elas não querem, mas elas ficam caladas, com medo.” Isabel Cristina Lima Rodrigues, Polo Sindical do Submédio São Francisco.
“Continuamos marchando para que a democracia permaneça, pela participação da mulher na política, e pelos direitos que ainda não conquistamos. Marchamos pela igualdade, para que cessem o desrespeito e a violência contra as mulheres.” Ivanir Bezerra, Polo Sindical do Agreste Meridional.
“É nas ruas que as mulheres expõem suas opiniões, colocam no papel as suas reivindicações e como elas acham que as coisas devem ser feitas. É aqui que todo mundo se junta, se une, porque é no Movimento que se luta para obter conquistas. Sem articulação e mobilização não há movimento, não há conquistas.” Sebastiana, Polo Agreste Central.