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Trabalhadores do Vale do São Francisco conquistam salário de R$ 913

 A 22ª Campanha Salarial Unificada dos Trabalhadores/as Assalariados/as Rurais da Hortifruticultura Irrigada do Vale de São Francisco Pernambuco e Bahia 2016 foi encerrada com avanços importantes para a categoria. Após seis rodadas de negociações, entre os dias 12 e 15 e 27 e 28 de janeiro, o Movimento Sindical Rural saiu mais fortalecido com uma série de conquistas, como o reajuste no Piso Salarial de R$ 913 (o anterior era R$ 816), um aumento de 11,89%, o que significa um ganho real de 0,69%.

Além de um reajuste salarial para tratoristas e irrigantes de 11,28%, os/as trabalhadores/as conquistaram abono de três dias por semana para acompanhamento de pessoa idosa sob sua dependência, mais abono de três dias, em caso de falecimento de parentes ascendentes ou descendentes. Para a empresa que tiver até 300 trabalhadores/as, haverá três delegados sindicais, e será acrescentado  mais um, a cada 600 novos contratados.

A partir deste ano, 17 de fevereiro fica instituído como o “Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais da Hortifruticultura”, passando a ser feriado para a categoria. Outra conquista importante foi que os/as trabalhadores/as alojados terão dois dias abonados por mês para visitarem seus familiares.

Somando-se às novas conquistas, a categoria manteve asseguradas cláusulas conquistadas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) anterior, a exemplo do pagamento de salários até o segundo dia útil do mês; jornada de trabalho de seis horas no dia do recebimento de salários; proibição de trabalho em locais a céu aberto, após ocorrência de chuvas onde as plantas estiverem molhadas; transporte seguro e gratuito; água gelada no local de trabalho.

Todo o processo da 22ª Campanha Salarial contou com a  participação dos dirigentes e delegados/as dos Sindicatos dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (STTRs) dos municípios de Petrolina, Belém do São Francisco, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, por Pernambuco; e Juazeiro, Casa Nova, Sobradinho, Sento Sé, Abaré e Curaçá, pela Bahia. As atividades também contaram com o apoio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Bahia (Fetag-BA), Federação dos Trabalhadores no Estado do Pernambuco (FETAPE), Federação dos/as Trabalhadores/as Assalariados/as Rurais de Pernambuco (Fetaepe), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (CONTAR).

O presidente do STTR de Petrolina, Francisco Pascoal (Chicôu), avalia positivamente o resultado das negociações. Para ele, o sucesso  se deve à unidade da categoria e às estratégias construídas durante toda a Campanha. “Nós conseguimos manter as cláusulas já conquistadas e avançar em questões importantes, como um salário acima da inflação e uma série de abonos. Saímos mais fortalecidos nesta campanha porque estivemos unidos em torno do mesmo objetivo”, comenta o presidente.

Para a diretora de Política Salarial do STTR de Petrolina, Simone Paim, mesmo reconhecendo os avanços em cláusulas importantes nessa campanha, ainda há muito pelo que lutar. “Nossa categoria é formada por 70% de mão de obra feminina, que se concentra em atividades como o raleio (serviço que molda os cachos das uvas para preservá-las em bom estado), por exemplo, e não conseguimos avançar em melhorias para as mulheres dessa vez. O que nos desafia pensar em novas estratégias para a próxima campanha”, analisa.

Mesmo que os avanços tenham sido importantes, as negociações não foram fáceis. De acordo com o diretor de Política Salarial da Fetape e presidente da Fetaepe, Gilvan Antunis, durante os primeiros quatro dias houve momentos de tensão entre a categoria e a classe patronal. “Nós não estávamos conseguindo avançar, os patrões não queriam negociar algumas cláusulas sociais. Antes de chegarmos a um impasse, decidimos dar uma pausa para conversarmos com as nossas bases. Após dez dias de diálogos, sentimos que, se não avançássemos, os trabalhadores estariam preparados para uma greve. Quando retomamos as negociações, voltamos com essa força das bases e isso foi fundamental para que tivéssemos um resultado positivo”, afirma Gilvan.

Para Antonio Lucas, presidente da recém-fundada CONTAR, e Doriel Barros, presidente da Fetape, o fato de o  Vale do São Francisco ter tido, no ano de 2015, um crescimento nas exportações de uva em 21% e de manga 17,12%, segundo dados da Secretaria de Comercio Exterior, favoreceu os avanços dos/as trabalhadores/as nessa negociação coletiva na região.


Ascom - STTRs do Vale do São Francisco BA/PE com edição da Ascom da Fetape.

 

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