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Assalariados da fruticultura irrigada de Petrolina aprovam pauta de reivindicações da 22ª Campanha Salarial
Num clima de animação e otimismo, cerca de 3.500 pessoas participaram da Assembleia Geral realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (STTR) de Petrolina, para aprovar a pauta de reivindicações da 22ª Campanha Salarial Unificada dos Trabalhadores/as Assalariados/as Rurais da Hortifruticultura Irrigada do Vale de São Francisco Pernambuco e Bahia 2016. a Atividade ocorreu na noite do último sábado (21), na casa de show Zé Matuto, na BR 408.
Durante a reunião, foi apresentada a pauta, que contém 90 itens. Dentre as reivindicações aprovadas, estão: piso salarial de R$ 965; salário para tratorista, irrigante, podador, amarrador e raleador de R$ 1.447,50 e reajuste de 13% àqueles/as que recebem salário acima do piso da categoria, além de uma Cesta Básica contendo 17 itens alimentícios.
Após a realização das assembleias da 22ª Campanha Salarial deste ano, que traz como tema: Reajuste salarial, saúde e trabalho decente, os dirigentes sindicais irão notificar a classe patronal, a fim de garantir a data-base da categoria, que é em 1º de janeiro, período em que se iniciam as rodadas de negociações. Ainda este ano, no dia 29 de novembro, será a vez o STTR de Belém de São Francisco realizar a sua assembleia.
“O Movimento Sindical Rural, hoje, representa mais de 70 mil trabalhadores/as assalariados da fruticultura irrigada . Isso significa uma grande responsabilidade para nós. Nossas expectativas foram alcançadas, tivemos casa cheia e a assembleia foi um sucesso. Durante a campanha, queremos avançar em muitas conquistas, como alimentação no local de trabalho, uma cesta básica mais farta e o fim do contrato de safra, que tem prejudicado muito a classe trabalhadora”, adianta Francisco Pascoal Cipriano (Chicou), presidente do STTR de Petrolina.
Presente no evento, o diretor de Política Salarial da Fetape e presidente da Fetaepe (Federação dos/as Trabalhadores/as Assalariados/as Rurais de Pernambuco), Gilvan José Antunis analisa que, do ponto de vista econômico, percebe um momento bastante favorável para o mercado na região. "A previsão de aumento de 15% nas exportações da uva produzida no Vale do São Francisco; a saída temporária dos Estados Unidos e do México do mercado internacional, também tem animado os produtores, porque é uma boa hora para o Brasil investir; além da liberação, por parte do Ministério da Agricultura Americano, da comercialização da manga de 900 gramas para os Estados Unidos. Tudo isso, nós queremos levar para mesa durante as negociações com a classe patronal", afirma Gilvan.
Já o presidente da Contar (Confederação Nacional dos Trabalhadores/as Assalariados/as Rurais), Antônio Lucas Filho, analisa que o Vale de São Francisco é uma base importante de assalariados rurais tanto para o estado, quanto para o Brasil. "Petrolina não é só uma região isolada, é uma referência para o país. Sempre foi e será por muito tempo. Eu acredito que nós precisamos, realmente, avançar e, durante a assembleia, foi demonstrado a capacidade de organização desses trabalhadores assalariados."
Quanto ao início das rodadas de negociações, previstas para a partir do mês de janeiro de 2016, Antônio percebe que a classe patronal poderá utilizar o argumento da longa estiagem que atinge a região para não avançar nas questões salariais. "O patronato é sempre assim: sempre irá alegar uma crise para que não avancemos nas conquistas. Mas, a pauta está muito bem elaborada, bem trabalhada pelos delegados de base, os mesmos que estiveram presentes na assembleia demonstrando interesse, pois sabem que podem contar com o Sindicato, com a Fetape, a Fetaepe, a Contag e, agora, com a Contar. Nós estaremos juntos, ajudando no que for possível para o sucesso dessa 22ª Campanha Salarial, conclui o presidente.