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Mulheres assentadas da reforma agrária conquistam crédito

Na manhã desta sexta-feira (2), foi liberada a aplicação de R$ 3 milhões em créditos para mulheres assentadas da reforma agrária  de Pernambuco. O investimento beneficiará mais de mil famílias já aptas a receber os recursos e, até o final do ano, a previsão é a de que outras cinco mil famílias sejam atendidas no estado. Em todo o Brasil, a estimativa é que sejam mais de R$ 330 milhões em Crédito Fomento Mulher.
A cerimônia para entrega dos mil cartões de acesso aos recursos foi promovida pela Coordenação Geral de Infraestrutura da Diretoria de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento do Incra sede, no auditório da Superintendência Regional do Incra em Pernambuco, no Recife, e contou com a presença da secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Maria Fernanda Coelho,  do delegado federal do Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, Demétrius Fiorante, do superintendente do Incra em Pernambuco, Luiz Aroldo, dos prefeitos dos municípios de Águas Belas, Genivaldo Menezes e de Jaqueira, Marivaldo Andrade e representantes dos movimentos sociais e sindical do campo, dentre eles a Fetape.Pelo Governo do Estado, estiveram presentes o secretário executivo de Agricultura Familiar, José Claudio, e o presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária do Estado de Pernambuco (Iterpe), Paulo Lócio.
 
“Precisamos lembrar que essas políticas são os frutos das reivindicações de movimentos sociais e sindical, como a Fetape e o MST. Esse é o primeiro fomento, é o crédito inicial, e é um momento muito importante, porque vai garantir a subsistência e a autonomia das famílias”, explicou a secretária executiva Maria Fernanda.
 
Na opinião do superintendente regional do Incra (SR 03), Luiz Aroldo, o que aconteceu hoje foi o resultado de diálogos que foram travados anteriormente, com várias instâncias importantes. “Esse trabalho é conjunto, e todos nós estamos de parabéns: os movimentos sociais, o Governo do Estado, o Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável, a partir das políticas territoriais. Esse é o caminho que nós queremos: buscar novas conquistas, com mais políticas públicas”, defendeu.
 
A diretora de Política Agrária da Fetape, Maria Givaneide Pereira dos Santos,  explica que desde 2010 vinha acompanhando a discussão sobre a possibilidade do crédito fomento, juntamente com a diretora de Política para as Mulheres da Federação, Maria Jenusi Marques. Para ela, essa conquista é importante para todas as mulheres. “Isso dá um estímulo para que outras assentadas também possam se mobilizar para conquistar o crédito”, comemora Givaneide,
 

“Sem dúvida, é um momento muito importante para as mulheres assentadas, sobretudo, quando a liberação dos recursos acontece logo  apôs a realização da 5ª Marcha das Margaridas, porque fazia mais de dois anos que vínhamos esperando essa liberação. Isso tem um significado muito grande para a gente. É um estímulo para que as mulheres continuem organizadas em seus assentamentos, para avançarem em mais conquistas para o campo”, avalia a diretora de Política para as Mulheres da Fetape, Maria Jenusi Marques da Silva.

A agricultora familiar Núbia Lafaiette da Conceição tem 43 anos, é casada e tem quatro filhos. Ela, que mora com o marido no sítio Canoa Rachada, no município de Água Preta, conta que está feliz com mais essa conquista e adianta que vai investir todo o dinheiro em sua propriedade, que mede 6,5 ha, onde trabalha com o esposo, para aumentar a produção de inhame e abacaxi. O casal comercializa toda a produção na Ceasa.
 
 
Crédito Fomento Mulher
 
Já pensou se todas as assentadas da reforma agrária pudessem abastecer suas casas com alimentos frescos e saudáveis, recém-colhidos do quintal? E se ainda conseguissem agregar renda a essa pequena produção? O Governo Federal já pensou, e executa desde 2014 o Fomento Mulher – uma linha de crédito criada especialmente para as mulheres da reforma agrária, com taxas de juros de 0,5%, bônus de 80% e um ano para pagar. Ou seja, as assentadas só precisam devolver ao banco 20% do valor do crédito atualizado.
 
A iniciativa integra o ciclo instalação, primeira fase da rota de crédito da reforma agrária, e apoia projetos de segurança alimentar e nutricional até R$ 3 mil. O objetivo é potencializar a produção das trabalhadoras rurais e uma boa forma de fazer isso é investir nos quintais, onde historicamente se produzem uma diversidade de alimentos. Produzindo alimentos saudáveis em casa, as mulheres ganham mais autonomia, incrementam a renda da família e contribuem para a soberania alimentar do assentamento.
 
Para acessar o crédito, basta que a trabalhadora rural se encaixe nos critérios do decreto nº. 8.256/2014 – dentre eles, o de não ter participado do apoio mulher, ser beneficiário do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), estar com todos os dados da família atualizados junto ao Incra, estar inscrita no Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal e contar com assistência técnica.
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