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AGRICULTURA FAMILIAR e AGROECOLOGIA - Compromisso com a Sustentabilidade Ambiental

O Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de Junho, foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante a Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, com o objetivo principal de chamar a atenção para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram considerados, por muitos, inesgotáveis.

A produção de alimentos no mundo é sem dúvidas um dos grandes desafios da humanidade. Estudos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO -  apontam que até 2050 a população mundial deve chegar a 9 bilhões de pessoas no planeta e a produção de alimentos deverá ser aumentada em 60% para atender a este contingente de pessoas. Neste contexto mundial, o Brasil se destaca por sua ampla capacidade de produção de alimentos, seja pela disponibilidade de terras agricultáveis ainda não exploradas, mas também pelo uso intenso de agrotóxicos e fertilizantes e de tecnologias de ponta para aumentar o rendimento das culturas.  Contudo, a FAO alerta que o grande problema da fome no mundo não está na produção e sim na distribuição, neste sentido.

No entanto, é importante refletir sobre a atual forma de produção de alimentos no Brasil e no mundo e o papel da agricultura familiar de base agroecológica na produção de alimentos saudáveis. Dados recentes do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - apontam que o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos, tendo o consumo dobrado nos últimos oito anos, chegando a uma média de 5,2 litros de veneno agrícola por pessoa/ano. O uso intenso de agrotóxicos e fertilizantes contamina rios e águas subterrâneas, ameaçando a fauna silvestre e a qualidade de vida das populações.

A implantação de um modelo produtivo que destrói progressivamente a natureza - o Agronegócio, avança de forma desenfreada, destruindo suas próprias condições de sobrevivência a curto e médio prazo, priorizando a máxima obtenção de lucros ao menor custo de tempo, mas sem contabilizar os custos ambientais com a destruição de rios, nascentes, solos, matas e florestas, a degradação da qualidade do ar e da água, a contaminação química no ambiente e dos próprios alimentos. 

Nos últimos anos, os movimentos sociais e as organizações da sociedade civil do estado de Pernambuco têm apresentado diversas propostas no campo da produção agroecológica, a partir do uso de tecnologias sociais, assegurando o princípio da preservação e uso sustentável dos recursos naturais.

A FETAPE tem contribuído intensamente neste debate e na perspectiva de fortalecer essa corrente em defesa do meio ambiente, vem participando de fóruns e articulações em prol do desenvolvimento sustentável e, neste dia 05 de Junho, momento de reflexão sobre a sustentabilidade ambiental, reafirma o compromisso de luta pela defesa do meio ambiente, a partir das diretrizes apresentadas durante a 9ª Congresso Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais:

 

1.                  Criação e implementação da Política de Meio Ambiente do MSTTR/PE, a partir de um processo de escuta da base, por meio de seminários, encontros e oficinas;

 

2.                  Sensibilização do MSTTR para a importância do processo de transição do modelo tradicional de agricultura familiar para o agroecológico como, inclusive, aponta o Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS), construindo referenciais agroecológicos, intercambiando experiências, fortalecendo iniciativas de convivência com o Semiárido e de reestruturação socioprodutiva da Zona da Mata e cobrando a implantação da Política Estadual de Convivência com o Semiárido;

 

3.                  Combate ao uso indiscriminado dos agrotóxicos, exigindo o cumprimento da legislação no sentido de coibir a comercialização ilegal de agrotóxicos proibidos e o correto recolhimento das embalagens, valorizando o uso de práticas naturais de controle de pragas e doenças e sensibilizando os trabalhadores e trabalhadoras sobre os riscos do uso de agrotóxico;

 

4.                  Garantir Políticas Públicas para o meio ambiente e conservação dos recursos naturais, valorizando o uso de energias renováveis, sensibilização da base trabalhadora sobre o novo Código Florestal, inclusive cobrando do estado e municípios a implantação do Cadastro Ambiental Rural – CAR e ocupando espaços estratégicos de discussão de políticas públicas para o meio ambiente que assegurem a conservação dos recursos naturais.

 

 

  

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